quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Chico Xavier

Olá, meus queridos leitores
Como sugestão do meu querido cunhado Élcio Ramos, o nosso “Cantinho da Literatura” vai fazer uma homenagem a um exemplo de ser humano que foi e continua sendo muito respeitado pelo seu exemplo de simplicidade, amor ao próximo e acima de tudo um homem de muita fé com o dom de espiritualidade recebido ao longo de sua jornada, com a força de sabedoria que deixou como legado em sua vida.
A sua simplicidade revela-se pela transparência da sua biografia e durante esse mês de setembro, vamos conhecer um pouco sobre esse homem que só fez o bem a esse mundo tão carente de amor e caridade.
Biografia de Chico Xavier (Resumo)

Esta biografia foi elaborada por Marival Veloso Matos, Presidente da União Espírita Mineira e membro da Comissão Central Organizadora do “Projeto Centenário de Chico Xavier”.

Filho do operário João Cândido Xavier e da doméstica Maria João de Deus. Nasceu a 2 de abril de 1910, na cidade de Pedro Leopoldo.
A desencarnação de dona Maria João de Deus, deu-se a 29 de setembro de 1915, quando o Chico tinha apenas 5 anos.
Dos nove filhos (Maria Cândida, Luzia, Carmosina, José, Maria de Lourdes, Chico, Raimundo, Maria da Conceição e Geralda), seis foram entregues a padrinhos e amigos.
Chico sofreu muito em companhia de sua madrinha, que era obsediada. Conta ele, que apanhava três vezes por dia, com vara de marmelo. O pai de Chico casou-se novamente; desta feita com Cidália Batista, de cujo casamento advieram mais seis filhos (André Luiz, Lucília, Neusa, Cidália, Doralice e João Cândido).*
Por essa ocasião, deu-se o seu retorno à companhia do pai, dos irmãos e de sua segunda mãe dona Cidália, que tratava a todos com muito carinho.
Sua escolaridade vai até o curso primário, como se dizia antigamente. Trabalhou a partir dos oito anos de idade, de 15h às 2h, numa fábrica de tecidos.
Católico até o ano de 1927, o Padre Sebastião Scarzelli era seu orientador religioso.
Com a obsessão de uma de suas irmãs, a família teve que recorrer ao casal de espíritas, Sr. José Hermínio Perácio e dona Carmem Pena Perácio, que após algumas reuniões e o esforço da família do Chico, viu-se curada. A partir daí, foi mantido o Culto do Evangelho no Lar, até que naquele ano de 1927, o Chico, respeitosamente, despediu-se do bondoso padre, que lhe desejou amparo e proteção no novo caminho. (…)
No ano de 1927, funda em Pedro Leopoldo, junto com outras pessoas, o Centro Espírita Luiz Gonzaga.
Em 08/08/44, Chico Xavier, através do advogado Dr. Miguel Timponi, em co-autoria com a FEB – Federação Espírita Brasileira, inicia contestação à ação declaratória movida pela Sra. Dª. Catharina Vergolino de Campos, viúva do famoso escritor desencarnado Humberto de Campos, sob a fundamentação de ser necessário concluir se efetivamente a obra psicografada pelo Chico, como sendo do notável escritor patrício, Humberto, após sua desencarnação. Ao final desse longo pleito, através de críticos literários, os mais consagrados, concluiu-se ser autêntica a obra em questão (ver o assunto completo no livro “A Psicografia ante os Tribunais, de autoria do advogado Dr. Miguel Timponi – Ed. FEB).
Dos quatro empregos que teve, por 32 anos trabalhou na Escola Modelo do Ministério da Agricultura, em Pedro Leopoldo e Uberaba, nesta última cidade, a partir de 1959, quando para lá se transferiu.
Chico sempre se sustentou com seu modesto salário, não onerando a ninguém. Aposentou-se como datilógrafo subordinado ao Ministério da Agricultura. Jamais se locupletou como médium. Ganhava, dos mais simples aos mais valorizados presentes (canetas, fazendas, carros), mas, de tudo se desfazia educadamente. Dos quatrocentos e doze livros psicografados, os quais pela lei dos homens lhe pertenciam os direitos autorais, de todos se desfez doando-os a federativas espíritas e a instituições assistenciais beneficentes, num verdadeiro exemplo vivo de cidadania e amor ao próximo.



CHICO FALA DE SUA PRÁTICA MEDIÚNICA
No livro Parnaso de Além Túmulo, Ed. FEB – 1972 – Comemorativa do 40º aniversário de lançamento, pág. 33, Chico diz a respeito: 
“A sensação que sempre senti, ao escrevê-las (referindo-se a poesias recebidas mediunicamente), era a de que vigorosa mão impulsionava a minha. Doutras vezes, parecia-me ter em frente um volume imaterial, onde eu as lia e copiava; e, doutras, que alguém mas ditava aos ouvidos, experimentando sempre no braço, ao psicografá-las, a sensação de fluidos elétricos que o envolvessem, acontecendo o mesmo com o cérebro, que se me afigurava invadido por incalculável número de vibrações indefiníveis. Certas vezes, esse estado atingia o auge, e o interessante é que parecia-me haver ficado sem o corpo, não sentindo, por momentos, as menores impressões físicas. É o que experimento, fisicamente, quanto ao fenômeno que se produz freqüentemente comigo.”
Frases de Chico Xavier


"Fico triste quando alguém me ofende, mas, com certeza, eu ficaria mais triste se fosse eu o ofensor... Magoar alguém é terrível!" 
"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim."
"Ah... Mas quem sou eu senão uma formiguinha, das menores, que anda pela Terra cumprindo sua obrigação."
"Quem é perseguido, muitas vezes ainda consegue ir adiante, principalmente se estiver sendo perseguido de maneira injusta, mas quem persegue não sai do lugar."
"Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no livro do tempo. Aquilo que colocamos nela, corre por nossa conta."
"Sonhos não morrem, apenas adormecem na alma da gente."
"O Cristo pediu muita coisa, não exigiu que as pessoas escalassem o Everest ou fizessem grandes sacrifícios.
Ele só pediu que nos amássemos uns aos outros."
(Chico Xavier)
Na próxima semana, saberemos mais sobre Chico Xavier, continuando com partes da sua biografia, suas obras e mais frases para que possamos refletir sobre a generosa capacidade de doação desse incrível homem.
Abraços da amiga Janete

"Amai ao próximo como a ti mesmo..." (Jesus)
A verdadeira religião se resume no amor ao próximo, em fazer o bem e viver com simplicidade e sinceridade, agradecendo ao nosso Deus pelo dom da vida.
É poder acreditar e confiar, na esperança de não se decepcionar. É acreditar que diante de tantas injustiças e crueldades, o bem sempre vencerá.
Janete



quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Carlito de Azevedo


 Olá, meus queridos amigos.
Hoje, o nosso Cantinho da Literatura está diferente. Vai começar com uns textos extraídos de algumas obras de Carlito Azevedo. É apenas um "aperitivo", para quem se interessar em conhecer melhor esse poeta brasileiro, crítico e editor carioca, pesquisando a sua biografia.
Encontro com vocês na próxima semana, com mais um escritor brasileiro.
Abraços da amiga Janete

 NOITE FÍSICA
(Desentranhado de um poema de Charles Peixoto)
A luz do quarto apagada,
na escuridão se destaca
a insônia que nos atraca,
dois gêmeos na bolsa d'água.
Ao despertar levo as marcas
que de noite rabiscavas
em minha pele com a sarna
ávida de tua raiva?
E em você a cega trama
algum mal pôde? ou maltrata
ainda, que penetrava
concha, espádua, gargalhada?
E, em nosso rosto essa raiva
aberta? que estranha lava
é essa que, rubra (baba de algum diabo), se espalha?
A luz do quarto apagada,
na escuridão se destaca
a fúria que nos atraca,
dois gêmeos na bolsa d'água.
BANHISTA
Apenas em frente ao mar
um dia de verão - quando tua voz acesa percorresse,
consumindo-o, o pavio de um verso 
até sua última sílaba inflamável -
quando o súbito atrito de um nome em tua memória 
te incendiasse os cabelos - (e sobre tua pele de fogo 
a brisa fizesse rasgaduras de água)
(Do livro: as banhistas, Carlito Azevedo, Editora Imago)
MENINO
A pérola fria o topázio quente
dividiam seu rosto ao meio:
olhos de gato, olhar de gamo
(Do livro: as banhistas, Carlito Azevedo, Editora Imago).

ESTRAGADO

No jardim zoológico um ganso
as patas afundam na lama e ele imperial
como uma macieira em flor
mas está estragado
como qualquer um pode ver estragado
pensa que foi para isso
que o resgataram do dilúvio
mas não
resgataram o signo
estragaram o ganso
(Do livro: Collapsus linguae, Carlito Azevedo. Editora Lynx).
ABERTURA
Desta janela domou-se o infinito à esquadria:
desde além, aonde a púrpura sobre a serra
assoma como fumaça desatando-se da lenha,
até aqui, nesta flor quieta sobre o
parapeito - em cujas bordas se lêem
as primeiras deserções da geometria.
LIMIAR
A via-láctea se despenteia.
Os corpos se gastam contra a luz.
Sem artifícios, a pedra 
acende sua mancha sobre a praia.
Do lixo da esquina partiu
o último vôo da varejeira
contra um século convulsivo.
SERPENTE
O nome
como veneno
e o poema como
antídoto
extraído do próprio
nome.
SOB O DUPLO INCÊNDIO
Sob o duplo incêndio
da lua e do neon,
sobre um parapeito de 
mármore, entre duas cortinas
jogadas pela brisa marinha
que ao mesmo tempo às suas
coxas e costas dispensava
um hálito incontínuo,
inundando de rubro o restrito
perímetro de seu jarro em cerâmica
e contrastando, imemorial, com a
transitoriedade de tudo ali
(hotel, amor, carros, dia, noite)
uma flor alheia a símbolos
atingia seu ponto máximo
de beleza.
(Extraídos de 41 POETAS DO RIO, org, Moacyr Félix. Rio de Janeiro; FUNARTE, 1998. 514 p.)


CARLITO AZEVEDO

Nasceu no Rio de Janeiro em 04 de julho de 1961. Cursou Letras na UFRJ.
Obras: Colapsus Linguae (1991), As banhistas (1993), Sob a noite física (1996), Versos de Circunstância (2001) e Sublunar (2001). É editor da revista de poesia Inimigo Rumor desde 1997.




segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Uma mensagem para vocês.

Boa noite, meus amigos.
Mais uma vez, ofereço uma mensagem reflexiva para começar bem a semana.
Amados!!!
"O que mais me surpreende na humanidade, são os "homens".
Porque perdem a saúde para juntar dinheiro.
Depois perdem dinheiro para recuperar a saúde.
E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente de tal forma
que acabam por não viver nem o presente nem o futuro.
E vivem como se nunca fossem morrer...
E morrem como se nunca tivessem vivido."
Padre Marcelo Rossi.
"Mais vale ser humilhado com os mansos, que repartir despojos com os soberbos."
(Livro dos Provérbios)
Uma ótima semana a todos.
Abraços da amiga Janete

sábado, 24 de agosto de 2013

Dr. Crispim

Olá, meus amigos.
Já faz um tempinho que não conto um "caso", então resolvi que vou a partir de hoje, sempre que eu encontrar um “caso legal”, compartilhar com vocês, pois é muito interessante a criatividade e o senso de humor das pessoas e um ótimo motivo para descontrair um pouco; lembrando que existem casos reais e são interessantes para contar com o mesmo senso de humor.
    Dr. Crispim era médico e político na pequena cidade onde passei a minha juventude. De medicina não sabia muita coisa e, de política, acreditava mesmo só no “eleitor de cabresto”. Entendia que o povo humilde devia votar sempre de acordo com a cabeça do patrão. Mas o que o Dr. Crispim fazia com maestria era contar vantagens. Adorava ir para a pracinha da Matriz e ali ficar se pavoneando, falando de seu prestígio e da riqueza que possuía.
Quando havia alguém de fora, então, é que ele descia a avenida todo garboso, de camisa de colarinho engomado, gravata, suspensório e vendendo importância, `espera do forasteiro que certamente viria ter ao “ponto chic” e conhecer a igreja.
Certo dia, enquanto um dos seus amigos mostrava a praça a um hóspede vindo lá do norte de Minas, o nosso doutor se aproximou e, sem mais nem menos, começou a falar com o visitante:
- “Estou vendo que o senhor não é daqui”.
- “Isso mesmo. Eu sou lá das bandas de Montes Claros. O senhor conhece”?
- “Ainda não, mas o senhor é que está tendo a honra de conhecer e apertar a mão do homem mais rico desta cidade”!
Um pouco assustado, o visitante concluiu:
-“Com muito gosto”.
Era o que faltava para que o doutor continuasse:
- “Eu sou o doutor Crispim, hoje apenas médico e fazendeiro. Aqui no município tenho uns cinco mil alqueires de terra boa, cheinha de gado leiteiro. Lá na roça possuo uma casa de fazenda que deixa ‘no chinelo’ qualquer uma das casas aqui da cidade, dos meus conterrâneos. Para falar a verdade, de riqueza não posso me queixar! Está vendo ali aquele prédio? Nele funciona o cinema que é meu. As duas farmácias da cidade também são de minha propriedade, bem como os três armazéns. Isso sem falar das casas de aluguel que possuo. Dinheiro no banco, então, nem se fala”.
O visitante, de olhos arregalados, perguntou:
- “O senhor nasceu em berço de ouro”?
- “Não senhor. Nasci pobre”!
- “Mas então o senhor teve muita sorte na vida, foi premiado na loteria”?
- “Quem me dera! Se isso tivesse acontecido, eu estaria hoje muito mais rico ainda”!
O homem criou coragem e arriscou já mais desinibido:
- “Ah! Imagino que tenha se casado com mulher rica ou compartilhado de sua herança”.
Ele deu um certo risinho crítico, pois começava a desconfiar de tanta soberba.
- “Também não, meu amigo, também não”.
- “Bom, de duas, uma: ou o povo da cidade adoece muito”, falou com ar de malícia, “ou o senhor já foi prefeito”!
Apelou, dando uma gostosa gargalhada de pura troça.
Enchendo o peito, Dr. Crispim ergueu a mão direita, escondeu o polegar e abriu bem os outros dedos, e exclamou:
- “Prefeito sim; quatro vezes, quatro vezes”!!!
Maria de Lourdes César da Rocha Bueno
Espero que tenham gostado do "caso" de hoje e quem tiver uma "estória" legal e quiser publicar no "Contando Caso", pode sugerir, enviando para o meu e-mail:
milajanete@hotmail.com 
Um ótimo final de semana a todos.
Abraços da amiga Janete

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Ana Eurídice

Olá, meus queridos leitores.
É sempre muito bom e curioso, pesquisar sobre os escritores brasileiros, como tenho falado desde o início do nosso “Cantinho da Literatura”; e o objetivo é exatamente esse: de conhecer esses magníficos poetas, contistas e cronistas do nosso Brasil e compartilhar alguns textos, poesias, crônicas, etc. com vocês, que são amantes de uma boa leitura.

Mas sabemos também que é quase impossível conhecer e pesquisar sobre tantos escritores e com isso, é sempre bom diversificar entre os mais atuais e também os mais antigos, assim como a homenageada de hoje nesse nosso espaço muito especial, falando um pouco sobre essa grande mulher que é Eurídice de Barandas.
  Nome Artístico: Ana Eurídice Eufrosina de Barandas
  Biografia:  
  Porto Alegre/RS, 08/09/1806 - local e data ignorados de sua morte, embora sabe-se que viveu mais de 60 anos. Contista, poetisa e cronista. Recebeu educação esmerada, pois sua família tinha posses. Defendeu a independência da mulher, o direito ao voto e a liberdade de expressão. Apoiou os farroupilhas, revolucionários contrários à monarquia e ao pagamento de impostos com dinheiro gaúcho aos ingleses, pregando maior autonomia da região, contra os governistas ou caramurus. Alfabetizou os filhos e sobrinhos, divorciou-se em 1843 e passou a controlar a propriedade e os escravos da família. Obra poética: O ramalhete ou flores escolhidas no jardim da imaginação, 1845/reedição em 1990 (com estudo de Hilda A. Hubner Flores). 


Soneto

Não partas!... Ou então leva-me a vida!
Piedade tem de uma infeliz amante,
Que em te amar jurou ser a mais constante
E que por ti de amor se vê perdida!

Pelo fatal ciúme consumida
Sem ter de alívio meu um só instante,
A Tício, no tormento, semelhante,
Sou do abutre voraz a triste lida!!


Ah! dize homem cruel, tu nunca amaste?
Nunca as penas sentiste de uma ausência?
Nunca de amor angústia exp'rimentaste?

Da minha dor, Jacínio, tem clemeência!
Recorda-te da fé que me juraste,
E não queiras cortar minha existência.

                                        Ana Eurídice Wufrosina de Barandas 

Do livro: Escritoras Brasileiras do Século XIX, org. Zahidé Lupinacci Muzart, vol. 1, Editora Mulheres/EDUNISC, 2000, SC



LITERATURA E GÊNERO NO RIO GRANDE DO SUL: A POESIA DE ANA
EURÍDICE EUFROSINA DE BARANDAS
André Augusto Gazola (Voluntário), Cinara Ferreira Pavani (orientadora) -
andre@lendo.org
A pesquisa Literatura e Gênero no Rio Grande do Sul busca investigar a
produção poética de autoras sul-riograndenses a partir dos estudos de gênero
e de identidade cultural regional. Num primeiro estágio, em 2007, buscou-se
examinar, na historiografia literária, o lugar das escritoras gaúchas Delfina
Benigna da Cunha, Maria Clemência da Silveira Sampaio e Ana Eurídice
Eufrosina de Barandas, que escreveram na primeira metade do século XIX. A
partir desse trabalho, e encaminhando a pesquisa para um segundo estágio, o
presente estudo pretende analisar a obra de Ana Eurídice Eufrosina de
Barandas, O Ramalhete ou flores escolhidas no jardim da imaginação, partindo
de uma abordagem textual e adentrando os motivos sociais resultantes. Dessa
forma, através do recorte estilístico do uso de adjetivos-chave em relação a
determinados substantivos, relacionamos a forma de expressão textual da
escritora com sua visão feminina da sociedade na qual estava inserida, em
pleno século XIX. Lindo, belo, terrível e cruel são fortes (e repetitivas)
manifestações do pensamento de uma mulher que viu sua terra natal ser
invadida e destruída, vivenciou um amor intenso, contudo incerto, apreciou as
belezas da natureza, carregou um patriotismo fervoroso, porém crítico e
divorciou-se por vontade própria, ficando responsável por criar e educar filhos e
sobrinhos. Finalmente, através dessa análise textual mais profunda, abrem-se
caminhos para novas – e, por que não, mais acuradas – interpretações do
legado dessa escritora resgatada das páginas machistas que, por um longo
tempo, nos foram apresentadas como única, verdadeira e irrevogável história
literária.
Palavras-chave: poesia sul-riograndense, estudos de gênero, Ana Eurídice
Eufrosina de Barandas.
Apoio: UCS.
Falando um pouco sobre o famoso "RAMALHETE":

"O RAMALHETE" ou "FLORES ESCOLHIDAS NO JARDIM DA IMAGINAÇÃO", de ANA EURÍDICE EUFROSINA DE BARANDAS. Editora NOVA DIMENSÃO/EDIPUCRS, 1990, 2ª edição, 127 páginas, capa flexível.
SINOPSE: "Ana Eurídice E. de Barandas documentou sobre o amor e o longa Guerra Civil dos Farrapos, agredindo a sociedade de sua época.
Influenciada pelas ideias liberais do Iluminismo europeu, e atingida em seus direitos de cidadania, defende o posicionamento político para as mulheres, rompendo as barreiras da mentalidade capitalista.
O RAMALHETE foi publicado em Porto Alegre em 1845, dois anos após o 'divórcio' da escritora, que a liberou da dependência marital para editar."

Quadras

1. Oh meu pobre animalzinho, 
    Oh meu Apolo querido! 
    Ainda tua lembrança 
    Não saiu do meu sentido. 
2. Amor, inveja, ciúme 
    Te trouxeram ao meu poder: 
    Preferi-te a Bracaforte 
    Sem tua sorte prever. 
3. Vieste tão pequenino, 
    Tão fraco, tão inocente 
    Que me fazia tremer 
    Por ti qualquer acidente. 
4. Cresceste à minha vista, 
    Perto de mim te criei; 
    Amaste-me em paga disso, 
    Por isso mesmo te amei. 
5. Ganhaste meu coração 
    Com o teu terno carinho; 
    Eras o meu companheiro, 
    Oh meu pobre animalzinho! 
6. Os afetos da minha alma 
    Em meu semblante estudavas, 
    Sempre atento e decidido, 
    Por ele te regulavas. 
7. Se em meus olhos descobrias 
    Sinais de acerba aflição, 
    A meus pés guardavas triste 
    A mais perfeita inação.

                                                    Ana Eurídice Eufrosina de Barandas
Do livro "O Ramalhete, ou Flores Escolhidas no Jardim da Imaginação" (estudo da biografia da autora, atual. e notas no texto de Hilda Hubner Flores), Nova Dimensão/EDIPUC,  2ª ed. 1990, RS 
Enviado por: Leninha

Espero que vocês tenham se surpreendido com essa nobre escritora, mas a sua biografia completa é muito mais surpreendente. Vale a pena pesquisar e conhecer melhor essa mulher extraordinária, assim como tantas escritoras dessa época.
Espero vocês no nosso próximo encontro aqui no “Cantinho da Literatura”.
Abraços da amiga Janete

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Caldo Verde

Olá meus amigos. Tem uma coisa que realmente aquece esse friozinho que tem feito nesses últimos dias, como por exemplo: uma sopa de legumes, canjiquinha com carne seca, canja de galinha e um saboroso caldo verde. É o que tenho feito nessas últimas noites. Hoje resolvi fazer essa receita de caldo verde, pois é muito rápida e ficou muito saboroso.

Então, fica aqui essa sugestão:

Ingredientes:
04 batatas médias
01 tablete de caldo de galinha
01 colher (sopa) de óleo
01 colher (sopa) rasa de sal ou a gosto
05 xícaras (chá) de água
01 xícara (chá) de couve manteiga cortada em tiras
01 linguiça calabresa defumada cortada em rodelas.
Modo de Preparo:
Na panela de pressão, coloque as batatas, caldo de galinha, óleo, água e sal.
Cozinhe por cerca de 10 minutos; começar a contar o tempo depois que a panela começar a chiar, até a batata desmanchar.
Em seguida, bata tudo no liquidificador.
Acrescente as rodelas de calabresa e ferva.
Desligue o fogo e adicione a couve manteiga.
Na hora de servir, coloque um fio de azeite.
OBS.: Se não quiser usar a panela de pressão, corte as batatas e leve para cozinhar em uma panela comum e quando estiverem macias, desligue o fogo, bata no liquidificador e volte ao fogo com os ingredientes restantes. Pode cozinhar um pouco a couve; achei melhor.
Fácil assim. Espero que tenham gostado da sugestão.
A receita de Canjiquinha com carne seca, que é uma delícia, está no "Cantinho da Culinária." Dê uma "passadinha" por lá.
Abraços da amiga Janete
Sei que a vida vale a pena
Mesmo que o pão seja caro
E a liberdade pequena.

Ferreira Gullar


segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Uma mensagem para vocês


Olá. Vamos começar bem a semana?

Amados!!!
 A pressa mata o amor.

Ela nos impede de ver o sentido na vida.

Levantamos rápido, comemos rápido, nos vestimos rápido, vamos para o trabalho rápido.

Comece o dia com uma breve oração; assim, mesmo que os eventos tentem nos pressionar, estaremos preparados para caminhar na velocidade correta.

 Padre Marcelo Rossi.  
"Feliz o homem que se ocupa da sabedoria e que raciocina com inteligência, que reflete, em seu coração, nos caminhos da sabedoria e medita em seus segredos."
(Eclo 14,20-21)
"Um Sinal apareceu no céu!"
-Maria, nossa Mãe, tão querida, tão especial, tão amiga...
Que Ela seja sempre presença em nossa vida, ensinando-nos, cada dia, a fazermos tudo o que ELE nos disser.

Que ELA nos envolva em seu manto de silêncio, comunicando-nos a fortaleza da sua Fé, a altura da sua esperança e a profundidade do seu amor...

Uma ótima semana a todos.
Abraços da amiga Janete

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Casaco Crochê branco com preto

Olá, meus queridos amigos. Estou apresentando mais um trabalho de crochê, que acabei de fazer.
O casaco branco que apresentei anteriormente e que estava reservado, já foi vendido. Esse também está reservado, mas aceito encomenda.
Um ótimo final de semana para todos.
Abraços da amiga |Janete.








 Feito com linha Bella da Pingouin, esse lindo casaco branco com detalhes em preto - Tamanho M/G
R$ 120,00 - (Vendido)

"Uma parte de mim é só vertigem: outra parte, linguagem."
Uma parte de mim
é permanente:


outra parte

se sabe de repente


Ferreira Gullar


quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Ferreira Gullar

Boa noite, meus amigos .
Hoje no Cantinho da Literatura, mais uns lindos poemas e pensamentos para vocês.
Abraços da amiga Janete

Ferreira Gullar

Um instante


Aqui me tenho
Como não me conheço
            nem me quis


sem começo

nem fim


          aqui me tenho

          sem mim


nada lembro

nem sei

à luz presente
sou apenas um bicho
        transparente



Cantiga para não morrer


Quando você for se embora,
moça branca como a neve,
me leve.

Se acaso você não possa
me carregar pela mão,
menina branca de neve,
me leve no coração.

Se no coração não possa
por acaso me levar,
moça de sonho e de neve,
me leve no seu lembrar.

E se aí também não possa
por tanta coisa que leve
já viva em seu pensamento,
menina branca de neve,
me leve no esquecimento.
Ferreira Gullar
Estou na caridade da evolução do meu ser. Quero ser menina, encontro-me mulher... Quero ser mulher, vejo-me menina...

Ferreira Gullar

Em face da imprevisibilidade da vida, inventamos Deus, que nos protege da bala perdida.
Ferreira Gullar
Não quero saber do sofrimento, quero é felicidade. Não gosto de fazer lamúrias. Uma vez, discuti feio sobre determinada situação. Fiquei sozinho em casa, cheio de razão e triste pra cacete. Então, pra que querer ter sempre razão? Não quero ter razão, Quero é ser Feliz!
Ferreira Gullar
.Aqui me tenho como não me conheço nem me quis, sem começo nem fim. Aqui me tenho sem mim, nada lembro, nem sei.

FRASES:
Estou na caridade da evolução do meu ser. Quero ser menina, encontro-me mulher... Quero ser mulher, vejo-me menina...
Não quero saber do sofrimento, quero é felicidade. Não gosto de fazer lamúrias. Uma vez, discuti feio sobre determinada situação. Fiquei sozinho em casa, cheio de razão e triste pra cacete. Então, pra que querer ter sempre razão? Não quero ter razão, Quero é ser Feliz!
Sei que a vida vale a pena
Mesmo que o pão seja caro
E a liberdade pequena.
Como um tempo de alegria,por trás do terror me acena,... E a noite carrega o dia, no seu colo de açucena.......... Sei que dois e dois são quatro, Sei que a vida vale a pena,.... mesmo que o pão seja caro e a liberdade, pequena...




domingo, 11 de agosto de 2013

PARABÉNS PAI!


Dedico essa mensagem a todos os pais.
Que o Senhor Deus abençoe cada um de vocês, permitindo que essa missão especial seja cumprida com responsabilidade e muito amor.
Feliz Dia dos Pais! 



Dedico essa mensagem ao meu querido pai, que depois de 21 anos da sua partida, ele encontra-se muito perto de mim e as suas lembranças continuam vivas em meu coração, sempre com muito amor e saudades.

"Saudade palavra triste quando se perde um grande amor...
Na estrada longa da vida, eu vou chorando a minha dor..."
Essa música eu dediquei ao meu querido pai, quando eu viajava para me despedir dele; "Meu primeiro amor..."
Obrigada, meu pai. Do senhor eu só tenho boas lembranças e muitas saudades.
Onde quer que esteja, parabéns pelo seu dia, papai.
Beijos da sua filha Janete
Às vezes o homem mais pobre deixa aos seus filhos a herança mais rica. 
Ser pai é: Sorrir, Chorar, Sofrer, Cuidar. Ser filho é: Agradecer todos os dias pela oportunidade de ter um pai como você.  
Feliz Dia dos Pais!