Olá, meus amigos.
Já faz um tempinho que não conto um "caso", então resolvi que
vou a partir de hoje, sempre que eu encontrar um “caso legal”, compartilhar com
vocês, pois é muito interessante a criatividade e o senso de humor das pessoas
e um ótimo motivo para descontrair um pouco; lembrando que existem casos reais e são interessantes para contar com o
mesmo senso de humor.
Dr. Crispim era médico e político na pequena cidade onde
passei a minha juventude. De medicina não sabia muita coisa e, de política,
acreditava mesmo só no “eleitor de cabresto”. Entendia que o povo humilde devia
votar sempre de acordo com a cabeça do patrão. Mas o que o Dr. Crispim fazia
com maestria era contar vantagens. Adorava ir para a pracinha da Matriz e ali
ficar se pavoneando, falando de seu prestígio e da riqueza que possuía.
Quando havia alguém de fora, então, é que ele descia a
avenida todo garboso, de camisa de colarinho engomado, gravata, suspensório e
vendendo importância, `espera do forasteiro que certamente viria ter ao “ponto
chic” e conhecer a igreja.
Certo dia, enquanto um dos seus amigos mostrava a praça a um
hóspede vindo lá do norte de Minas, o nosso doutor se aproximou e, sem mais nem
menos, começou a falar com o visitante:
- “Estou vendo que o senhor não é daqui”.
- “Isso mesmo. Eu sou lá das bandas de Montes Claros. O
senhor conhece”?
- “Ainda não, mas o senhor é que está tendo a honra de
conhecer e apertar a mão do homem mais rico desta cidade”!
Um pouco assustado, o visitante concluiu:
-“Com muito gosto”.
Era o que faltava para que o doutor continuasse:
- “Eu sou o doutor Crispim, hoje apenas médico e fazendeiro.
Aqui no município tenho uns cinco mil alqueires de terra boa, cheinha de gado
leiteiro. Lá na roça possuo uma casa de fazenda que deixa ‘no chinelo’ qualquer
uma das casas aqui da cidade, dos meus conterrâneos. Para falar a verdade, de
riqueza não posso me queixar! Está vendo ali aquele prédio? Nele funciona o
cinema que é meu. As duas farmácias da cidade também são de minha propriedade,
bem como os três armazéns. Isso sem falar das casas de aluguel que possuo.
Dinheiro no banco, então, nem se fala”.
O visitante, de olhos arregalados, perguntou:
- “O senhor nasceu em berço de ouro”?
- “Não senhor. Nasci pobre”!
- “Mas então o senhor teve muita sorte na vida, foi premiado
na loteria”?
- “Quem me dera! Se isso tivesse acontecido, eu estaria hoje
muito mais rico ainda”!
O homem criou coragem e arriscou já mais desinibido:
- “Ah! Imagino que tenha se casado com mulher rica ou
compartilhado de sua herança”.
Ele deu um certo risinho crítico, pois começava a desconfiar
de tanta soberba.
- “Também não, meu amigo, também não”.
- “Bom, de duas, uma: ou o povo da cidade adoece muito”,
falou com ar de malícia, “ou o senhor já foi prefeito”!
Apelou, dando uma gostosa gargalhada de pura troça.
Enchendo o peito, Dr. Crispim ergueu a mão direita, escondeu
o polegar e abriu bem os outros dedos, e exclamou:
- “Prefeito sim; quatro vezes, quatro vezes”!!!
Maria de Lourdes César da Rocha Bueno
Espero que tenham gostado do "caso" de hoje e quem tiver uma "estória" legal e quiser publicar no "Contando Caso", pode sugerir, enviando para o meu e-mail:
milajanete@hotmail.com
Um ótimo final de semana a todos.
Abraços da amiga Janete
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