quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Ana Hatherly

Olá, meus queridos amigos
O nosso Cantinho da Literatura, está homenageando uma grande e querida escritora portuguesa, que completou no dia cinco de agosto, 1 ano de falecimento.
 
Para vocês, um resumo de sua Biografia, para terem ideia de quem foi essa querida professora e escritora.
Pesquisem mais e com certeza vão se surpreender com as suas obras maravilhosas.
Abraços da amiga Janete
 
Professora catedrática da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde co-fundou o Instituto de Estudos Portugueses, é diplomada em Cinema, pela London Film School, licenciada em Filologia Germânica, pela Universidade de Lisboa, e doutorada em Estudos Hispânicos, pela Universidade da Califórnia, em Berkeley.


ANA HATHERLY
Esta Gente / Essa Gente
O que é preciso é gente
gente com dente
gente que tenha dente
que mostre o dente

Gente que não seja decente
nem docente
nem docemente
nem delicodocemente

Gente com mente
com sã mente
que sinta que não mente
que sinta o dente são e a mente

Gente que enterre o dente
que fira de unha e dente
e mostre o dente potente
ao prepotente

O que é preciso é gente
que atire fora com essa gente

Essa gente dominada por essa gente
não sente como a gente
não quer
ser dominada por gente

NENHUMA!

A gente
só é dominada por essa gente
quando não sabe que é gente

Ana Hatherly, in "Um Calculador de Improbabilidades"

 
 
A corrida em círculos

I
O círculo é a forma eleita:
É ovo, é zero,
É ciclo, é ciência.
E toda a sapiência.

É o que está feito,
Perfeito e determinado,
É o que principia
No que está acabado.

II
A viagem que o meu ser empreende
Começa em mim,
E fora de mim,
Ainda a mim se prende.

A senda mais perigosa
Em nós se consumando,
Passamos a existência
Mil círculos concêntricos
Desenhando.

         (As aparências, 1959)

 Sempre um pouco de mistério, mas é assim que funciona a vida, e a tentativa da nossa própria descoberta, do nosso "eu" escondido no infinito dos nossos próprios pensamentos e quando nos damos conta, lá estamos trazendo à superfície o que interiormente estava escondido de nós mesmos...
Uma invasão do inconsciente, sem pedir permissão, quando não vem em pensamento, vem em sonho... E é esse encantamento da vida, que não nos deixa esquecer o passado; está sempre revivendo em nós mesmos, a nossa própria história, o nosso próprio mistério.
Janete/2016
 
 
 

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