Olá meus queridos amigos. Hoje é a vez de falar um pouco
sobre esse gênio que além de ator, humorista e diretor, poucos sabem que ele é
também escritor e pintor e para nós que, mesmo conhecendo tanto esse artista,
sabemos tão pouco dele. Com o resumo de sua biografia e alguns dos muitos
personagens, vamos relembrar e matar um pouco a saudade desse homem que foi
muito especial para todos nós.
Abraços da amiga Janete.
CHICO ANYSIO
(Ator, humorista ,diretor)
1931- 2011
(Ator, humorista ,diretor)
1931- 2011
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Francisco Anysio de Oliveira Paula
Filho é filho de Francisco Anysio, um dos homens que foi dos mais ricos do
Ceará, e de dona Haideé Viana de Oliveira Paula. Sua mãe era “especialíssima”,
e embora tendo um problema grave no coração, morreu aos 89 anos de idade. O pai
tinha uma enorme empresa de ônibus, que um dia pegou fogo, e ele foi dormir
rico e acordou pobre. Chico Anysio nasceu na cidade de Maranguape, no dia 12 de
abril de 1931. O pai de Chico foi casado quatro vezes e teve 17 filhos, dos
quais só uma morreu. Aos oito anos o garoto foi com a família para o Rio de
Janeiro e já começou a imitar as pessoas, e para ir ao cinema ou ao futebol,
economizava o dinheiro do bonde, indo a pé para o colégio. Com 14 anos começou
a ir aos programas de calouros do Rio e depois de São Paulo, e ganhava todos. A
ponto de não o aceitarem mais. Foi ao “Programa Ary Barroso”, à “Hora do
Padre”, ao “Trabuco”do Vicente Leporace, em São Paulo. E logo Renato Murce o
aproveitou para um show. Ia fazer suas imitações nos clubes do Rio e ganhava
seus cachês. Estudou para ingressar na Faculdade de Direito, passou, mas não
cursou. Foi contratado para o rádio e depois de 15 dias, já tinha quatro
profissões: era ator, locutor, redator e comentarista esportivo. Gostava de
tudo e fazia tudo perfeitamente bem. Era a Rádio Guanabara. Foi galã de
novelas, mas logo preferiu a linha de shows e de comédias, ao lado de Grande
Otelo, Chocolate, Luiz Tito. E foi se multiplicando, sem nem mesmo ele saber
como. Chegou um momento, porém, já na televisão, que achou que devia escolher
uma estrada para ele. E escolher ser “vários”. Decidiu fazer vários
personagens. E isso passou a ser o seu “diferencial”. Pensava: “Se um
personagem cansar, ele sai, e fica outro. Foi ele que cansou, não eu”. Às vezes
eram tão diferentes umas das outras, que nem mesmo ele entendia. Chegou a fazer
207 personagens na televisão. Seu começo nesse veículo de comunicação foi em
1957, fazendo o “Professor Raimundo”, na TV Rio. Tinha estado por muito tempo
na Rádio Mayrink Veiga, sempre com sucesso. Na TV Rio, sob a direção de Walter
Clark, o sucesso continuou. Como não havia video-teipe, ia de avião para São
Paulo, e lá também fazia sucesso. Mas aconteceu de ver rejeitados alguns
personagens seus, que mais tarde explodiram de tanto sucesso, como o “Coronel
Limoeiro”, o “Quem-Quem”. E aí veio o video-teipe. Como já havia abandonado o
rádio, dedicou-se então mais à televisão. Continuava, porém, escrevendo para o
rádio. E seus personagens para a televisão ele mesmo escrevia. Só mais tarde
foi tendo redatores, como o Antônio Maria, o Aloísio Silva Araujo, Max Nunes.
Esteve na Record, e dentro do programa: “Essa Noite se Improvisa”, ganhou três
carros, várias geladeiras, era enfim do primeiro time. Esse era um programa de
Blota Junior, em que o apresentador dizia uma palavra e os concorrentes tinham
que cantar uma música com aquela palavra. Chico ganhava quase todas. Quando
esse programa mudou de estilo, Chico Anysio pediu demissão. Após sua saída da
Record, foi para o Reio estrear o Teatro da Lagoa. Era o ano de 1969, e aí foi
também convidado para ir para a TV Globo. Conheceu o Boni, que nele confiou
totalmente, e a quem reverencia até hoje, como sendo o homem que mais entende
de televisão. Foram 16 anos de grandes programas. Fez: “Chico Anysio Show”,
“Chico City”, “Estados Unidos de Chico City”, “Chico Total”. Em todos eles
apareceram seus tipos imortais, como os citados àcima e mais a “Salomé”, o
“Painho”, o famoso “Profeta”, e tantos outros. Francisco Anysio se tornou o
número um, entre os comediantes do Brasil. Mas aí teve uma queda e fraturou a
mandíbula. Ficou um tempo com a dicção praticamente imobilizada. Foi para os
Estados Unidos e sua recuperação aconteceu lentamente. Voltou com a “Escolinha
do Professor Raimundo” e mais recentemente com “Zorra Total”, em que faz vários
tipos famosos. Casado seis vezes, o comediante tem oito filhos, sendo um
adotado. Este é seu empresário. Os outros, que são adultos, também estão
ligados à arte. Tem dois filhos pequenos, de seu casamento com Zelia Cardoso de
Melo, que moram nos Estados Unidos. Só a caçula é mulher e seu nome é Vitória.
O pai viaja para vê-los, pelo menos uma vez ao mês. Chico Anysio ainda é
escritor. Tem quinze livros lançados e doze à serem editados. E é pintor. Faz
uma média de 300 quadros por ano, e está na fase “Marinha”. Vende seus quadros,
vende seus livros, e consegue sucesso em tudo o que faz. Trabalhador
incansável, dorme apenas quatro horas por noite e, sua explicação para tanta
vitória, é o que um amigo lhe disse: ” Não sou ator. Sou Médium”. Essa
afirmação ele faz, num tom entre a brincadeira e a reflexão, e se pode ver em
seus olhos, uma luz de gratidão, pois nem Francisco Anysio consegue explicar o
inexplicável, que é Chico Anysio.
Algumas frases marcantes ditas por
Chico Anysio:
"O brasileiro só tem três problemas: café, almoço e jantar."
Sobre a pobreza no Brasil
"Quem é casado há quarenta anos com dona Maria não entende de casamento, entende de dona Maria."
Explicando, em entrevista à revista "Veja", que se considera um especialista em casamentos, uma vez que teve seis
"Ninguém ama igual duas vezes, mas os erros de um casamento são muito parecidos."
À revista "Veja", sobre o que aprendeu com seus casamentos
"A felicidade é uma ilusão, e eu sou um realista."
À revista "Rolling Stone", sobre sua filosofia de vida
"Não tenho medo de morrer; tenho pena, porque são tantas as ideias para realizar."
À revista "Caras", explicando que não tem medo de morrer, uma vez que a morte é inevitável
"As mulheres estão descobrindo que mulher é bom - coisa que os homens já sabem há séculos."
Sobre a homossexualidade entre as mulheres
"No Brasil de hoje, os cidadãos têm medo do futuro e os políticos têm medo do passado."
Sobre a desonestidade no mundo da política
"Se estivesse desencantado da vida, acordar seria um tormento; sou apaixonado pela vida e agradecido pelo que me foi dado."
As frases e os bordões de
Chico Anysio
O humorista interpretou mais de 200 personagens ao
longo de sua carreira e criou diversos bordões incorporados à memória do país
Com mais de 200 personagens criados ao longo da carreira, o
humorista Chico Anysio inseriu diversos bordões na fala dos brasileiros. De um
tempo em que nem se conhecia a expressão "politicamente correto", o
ator cunhou expressões cheias de sagacidade e inteligência para debochar de
grupos, rir de situações e eternizar figuras como o severo professor Raimundo,
o decadente vampiro caipira Bento Carneiro e o deputado corrupto Justo
Veríssimo.
Fora das telas, Chico Anysio ainda refletia sobre a vida e
a morte. "Não tenho medo de morrer, tenho pena, porque morrendo não vou
ver meus netos crescerem", disse, em entrevista ao programa Fantástico, durante uma homenagem.
O ator também disse ter se arrependido de ter fumado por quarenta anos em sua
vida.
‘Aff, tô morta!!’
O
deputado corrupto Justo Veríssimo odiava os pobres
'Pra quem ri di eu, minha vingança sará maligrina!'
O ator
Alberto Roberto era um canastrão. Com péssima dicção e incapaz de decorar suas
falas, recusava constantemente os papéis que lhe ofereciam.
'Mas, hein?'
Mentiroso
nato, o Coronel Pantaleão se aproveitava da submissão de sua mulher, Terta,
para usá-la como testemunha para confirmar suas invenções
Esses foram uns das centenas de personagens criados pelo Chico Anysio; dá uma saudade, não é mesmo? Mas ele está em muitos programas, em muitas homenagens e será com certeza, inesquecível.
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