quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Anália Franco


Boa noite, meus queridos amigos.
Estou retornando com o nosso “Cantinho da Literatura”. No ano passado, na primeira edição desse quadro, tive o cuidado de pesquisar sobre esses incríveis escritores brasileiros, alternando entre os mais conhecidos, como Chiquinha Gonzaga, Jorge Amado, Carlos Drumond de Andrade, Mário Quintana, Paulo Coelho, Chico Anysio, Fernando Pessoa, Machado de Assis, Dias Gomes, José de Alencar, Graça Aranha, Monteiro Lobato e Thalita Rebouças; e também sobre alguns escritores menos conhecidos ou nada conhecidos para algumas pessoas, inclusive para mim, o que motivou esse espaço para que possamos enriquecer mais os nossos conhecimentos sobre a nossa rica literatura brasileira. Então, consegui passar para vocês um resumo sobre a vida de Lima Barreto, Jessier Quirino, Antônio Torres, e Francisco Azevedo.
Se vocês ainda não deram uma “espiadinha” no “Cantinho da Literatura”, vale a pena saber um pouco mais ou relembrar as obras desses gênios da literatura.
Para 2013, vou começar falando de uma pessoa muito especial e dígna de ser lembrada, pela sua personalidade e pelos trabalhos incríveis que ela deixou como um tesouro muito valioso. Estou falando da escritora Anália Franco e tenho certeza que vocês vão se interessar em saber mais sobre ela, após esse resumo que deixo para os amantes da literatura.
Leiam com atenção essa emocionante história dessa maravilhosa mulher. 
Não dá vontade de parar; é linda demais e naquela época... É difícil imaginar tanta coragem, dedicação e amor ao próximo, diante de tanta dificuldade. Essa foi guerreira e mereceu sem dúvida, a vitória e hoje, sem dúvida, merece a nossa homenagem. 
Abraços da amiga Janete

Anália Franco
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Anália Franco Bastos, mais conhecida como Anália Franco (Resende, 10 de fevereiro de 1856 - São Paulo, 20 de janeiro de 1919), foi uma professora, jornalista, poetisa e filantropa brasileira.
Fundou mais de setenta escolas e mais de uma vintena de asilos para crianças órfãs. Na cidade de São Paulo, fundou uma importante instituição de auxílio a mulheres e a região, antes afastada do centro, é hoje o bairro Jardim Anália Franco. Morreu vitimada pela gripe espanhola.
Associação Beneficente Feminina e instructiva fundada por Anália Franco. Prédio tombado pelo Patrimônio Histórico da cidade de São Paulo.
Biografia - O seu nome de solteira era Anália Emília Franco. Após o seu matrimônio com Francisco Antônio Bastos, o seu nome passou a Anália Franco Bastos.
Diplomada como Normalistas, aos 16 anos de idade, em 1872, num concurso promovido pela Câmara de São Paulo, logrou a aprovação para exercer o cargo de professora primária. À época, acabara de entrar em vigor a Lei do Ventre Livre no país (1871) e, tendo tomado conhecimento de que os nascituros de escravas estavam a ser encaminhados à roda dos expostos na Santa Casa de Misericórdia, Anália mobilizou-se, usando o seu talento de escritora para dirigir-se às esposas dos fazendeiros e trocou o seu cargo na capital paulista por outro, no interior, a fim de socorrer as crianças necessitadas.
Graças à ajuda de uma dessas fazendeira, num bairro de uma cidade no norte do estado de São Paulo obteve uma casa para instalar uma escola primária. Tendo a fazendeira lhe imposto a condição de segregação entre crianças brancas e afro-descendentes para a cessão gratuita do imóvel, Anália recusou-a terminantemente, passando a pagar um aluguel. Nessa primeira "Casa Maternal", passou a receber as crianças que lhe batiam à porta, levadas por parentes ou recolhidas nos caminhos da região. A fazendeira, ressentida com a altivez da jovem professora e vendo que a sua casa, embora alugada, se transformara num albergue, recorreu ao prestígio do marido (um "coronel"), e este obteve a remoção de Anália. Indo para a cidade, alugou uma velha casa, consumindo com essa despesa a metade do seu salário. Como o restante era insuficiente para a alimentação das crianças, não hesitou em ir pessoalmente pedir esmolas para prover as crianças que referia carinhosamente em seus escritos como os "meus alunos sem mães".
Numa folha local anunciou que, ao lado da escola pública, havia um pequeno "abrigo" para as crianças desamparadas. Embora essas práticas chocassem o setor conservador da cidade, Anália obteve o apoio de um grupo de abolicionistas e republicanos.
Desse modo, ao longo do tempo, tendo  implantado algumas escolas maternais no interior do estado, voltou para a capital paulista, ainda com o apoio do grupo abolicionista e republicano. O seu prestígio no seio do professorado já era grande quando finalmente foi decretada a abolição da escravatura (1888) e a República (1889). O advento dessa nova era encontrou Anália com dois grandes colégios gratuitos para meninas e meninos. A sua preocupação com as crianças desamparadas, levou-a a fundar uma revista própria, intitulada "Álbum das Meninas", cujo primeiro número veio a público a 30 de abril de 1898. O artigo de fundo desse número inaugural tinha o título "Às mães educadoras".
Pouco depois, com o apoio de vinte senhoras, fundou o instituto educacional que se denominou "Associação Feminina Beneficente e Instrutiva", a 17 de novembro de 1901, no Largo do Arouche. A Associação Feminina mantinha ainda um Bazar na rua do Rosário nº 18, para a venda dos artefatos produzidos nas suas oficinas, e uma sucursal desse estabelecimento na Ladeira do Piques nº 23.
Em seguida criou várias "Escola Elementares", instalando, com inauguração solene a 25 de janeiro de 1902, o "Liceu Feminino", destinado a instruir e preparar professoras para a direção daquelas escolas, com o curso de dois anos para as professoras de "Escolas Maternais" e de três anos para as de "Escolas Elementares".
No curso de sua atuação publicou numerosos folhetos e opúsculos referentes aos cursos ministrados em suas escolas, e tratados sobre a infância, nos quais as professoras encontraram meios de desenvolver as faculdades afetivas e morais das crianças, como parte do processo pedagógico. O seu opúsculo "O Novo Manual Educativo", era dividido em três partes: Infância, Adolescência e Juventude.
Em 1 de dezembro, passou a publicar "A Voz Maternal", revista mensal com a tiragem de 6.000 exemplares - expressiva à época - impressa em oficinas próprias.
Anália Franco mantinha Escolas Reunidas na capital e Escolas Isoladas no interior do estado, Escolas Maternais, Creches na capital e no interior do estado, bibliotecas anexas às escolas, Escolas Profissionais de Arte Tipográfica, Curso de Escrituração Mercantil, Prática de Enfermagem e Arte Dentária, de Línguas (francês, italiano, inglês e alemão); Música, Desenho, Pintura, Pedagogia, Costura, Bordados, Flores Artificiais e Chapéus, num total de 37 instituições.
A sua produção literária compreendeu ainda três romances: "A Égide Materna", A Filha do Artista", e "A Filha Adotiva", além de numerosas peças teatrais, diálogos e várias poesias, destacando-se "Hino a Deus", "Hino a Ana Nery", Minha Terra", "Hino a Jesus" e outros.
Em 1911 conseguiu, sem qualquer recurso financeiro, adquirir a "Chácara Paraíso", 75 alqueires de terra, parte matas e capoeiras e o restante benfeitorias diversas, entre as quais um velho solar, que havia pertencido a Diogo Antônio Feijó. Nesse espaço fundou a "Colônia Regeneradora D. Romualdo", aproveitando o casarão, a estrebaria e a antiga senzala, internando ali sob direção feminina, os rapazes mais aptos para a agricultura, a horticultura e outras atividades agropastoris, recolhendo ainda moças desviadas, conseguindo assim regenerar centenas de mulheres.
Ao final da vida, Anália Franco constituiu 71 Escolas, 2 albergues, 1 colônia regeneradora para mulheres, 23 asilos para crianças órfãs, 1 Banda Musical Feminina, 1 orquestra, 1 Grupo Dramático, além de oficinas para manufatura em 24 cidades do interior e da capital.
Veio a falecer quando havia tomado a deliberação de viajar até ao Rio de Janeiro fundar mais uma instituição, projeto que viria a ser materializado por seu esposo, com a fundação do "Asilo Anália Franco".
Uma seleção de frases proferidas pela educadora Anália Franco ou extraídas de mensagens psicografadas pelo médium Chico Xavier:
"Não há vida feliz, individual ou coletiva sem ideal..."

"Conceber o bem não basta; é preciso fazê-lo frutificar."

"A verdadeira caridade não é acolher o desprotegido, mas promover-lhe a capacidade de se libertar."

"Honrarias externas servem por marcos ao respeito humano e títulos convencionais exprimem valiosas oportunidades de trabalho, mas terminam nas roupas que os transportam ou nas mãos que os empunham, se não foram mobilizados com humildade no cultivo do bem."

"Nosso fim é procurar diminuir cada vez mais em nosso meio a necessidade de esmola, pelo desenvolvimento da educação e do trabalho. Eduquemos e amparemos as pobres crianças que necessitam de nosso auxílio, arrancando-as das trilhas dos vícios, tornando-as cidadãs úteis e dignas para o engrandecimento de nossa pátria."

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