Bom dia meus amigos. Como eu havia prometido,
escolhi um dia da semana para falar um pouco dos escritores brasileiros e
algumas de suas obras que estarão sempre nesse espaço especial que preparei
para vocês. Será toda quinta-feira e hoje especialmente, estou homenageando
essa mulher incrível que é Chiquinha Gonzaga. Abraços da amiga Janete
Movida a paixões
A compositora Chiquinha Gonzaga escandalizou a sociedade
ao desistir do casamento, abraçar a abolição, lutar pela República e viver do
próprio trabalho.
Francisca Edwiges Neves
Gonzaga, mais conhecida como Chiquinha Gonzaga, (Rio de Janeiro, 17 de outubro
de 1847 — Rio de Janeiro, 28 de fevereiro de 1935) foi uma compositora,
pianista e regente brasileira.
Foi a primeira chorona, primeira pianista de
choro, autora da primeira marcha carnavalesca (Ô Abre Alas, 1899) e também a
primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. No Passeio Público, há uma
herma em sua homenagem, obra do escultor Honório Peçanha.
Filha de um general do Exército Imperial e de
uma mãe humilde e mulata, Chiquinha Gonzaga foi educada numa família de
pretensões aristocráticas (seu padrinho era o Duque de Caxias). Fez seus
estudos normais com o Cônego Trindade e musicais com o Maestro Lobo. Desde cedo
frequentava rodas de lundu, umbigada e outras músicas populares típicas dos
escravos.
Aos 11 anos, inicia sua carreira de compositora
com uma música natalina, Canção dos Pastores. Aos 16 anos, por imposição da
família, casou-se com Jacinto Ribeiro do Amaral, oficial da Marinha Imperial.
Não suportando a reclusão do navio onde o marido servia e as ordens para que
não se envolvesse com a música, Chiquinha separou-se.
Consegue, finalmente, abandoná-lo, levando
consigo o filho mais velho, João Gualberto. Após a separação, envolveu-se em
1867 com o engenheiro João Batista, mas acaba por não aceitar suas aventuras
extraconjugais. Separa-se e passa a viver como musicista independente, tocando
piano em lojas de instrumentos musicais. Deu aulas de piano para sustentar o
filho e obteve grande sucesso, tornando-se também compositora de polcas,
valsas, tangos e cançonetas. Ao mesmo tempo, uniu-se a um grupo de músicos de
choro, que incluía ainda o compositor Joaquim Antônio da Silva Calado,
apresentando-se em festas.
Chiquinha conheceu João Batista Fernandes Lage,
por quem se apaixonou. Na época, tinha 52 anos e João Batista 16, o que fez com
que ela o adotasse como filho para viver esse grande amor. Suas filhas, Maria
do Patrocínio e Alice Maria, entraram na justiça para provar que João não era
filho legítimo, mas não levaram a causa adiante. Chiquinha morreu ao lado de
João Batista, em 1935, quando começava Carnaval.
A necessidade de adaptar o som do piano ao gosto
popular valeu a Chiquinha Gonzaga a glória de tornar-se a primeira compositora
popular do Brasil. O sucesso começou em 1877, com a polca 'Atraente'. A partir
da repercussão de sua primeira composição impressa, resolveu lançar-se no
teatro de variedades e revista. Estreou compondo a trilha da opereta de
costumes "A Corte na Roça", de [1885] Em 1911, estreia seu maior
sucesso no teatro: a operetaForrobodó, que chegou a 1500 apresentações seguidas
após a estreia - até hoje o maior desempenho de uma peça deste gênero no
Brasil. Em1934, aos87 anos, escreveu sua última composição, a partitura da peça
"Maria". Foi criadora da célebre partitura da opereta "A
Jurity", de Viriato Correia.
Viaja pela Europa entre 1902 e 1910, tornando-se
especialmente conhecida em Portugal, onde, escreve músicas para diversos
autores. Chiquinha participou ainda, ativamente, da campanha abolicionista e da
campanha republicana, e foi fundadora da Sociedade Brasileira de Autores
Teatrais. Ao todo, compôs músicas para 77 peças teatrais, tendo sido autora de
cerca de duas mil composições. em gêneros variados: valsas, polcas, tangos,
lundus, maxixes, fados, quadrilhas, mazurcas, choros e serenatas.
Songbook Chiquinha Gonzaga 1
Global Choro Music Corporation (EUA)
Choro Music Brasil Produções Artísticas Ltda (Brasil) A série "Clássicos
do Choro Brasileiro - Você é o Solista!" permite que você descubra o Choro
através da incomparável experiência de ser o solista das composições
acompanhado de um regional. Cada volume da série traz um famoso compositor
desse incrível gênero musical, com suas principais composições em um CD de
áudio digitalmente masterizado e um encarte de alta qualidade com as
respectivas partituras em Dó, Si bemol e Mi bemol, além de entrevistas,
biografia e a relevância do autor para a história do Choro. Saiba mais
Atraente
Catita
Cubanita
Gaúcho (Corta-Jaca)
Lua Branca
Não Insistas, Rapariga!
Ó Abre Alas
Plangente
Passos no Choro
Sultana
Te Amo
A Corte na Roça
O melhor de Chiquinha Gonzaga
Livro de partituras Irmãos Vitale
Editores - Brasil, 1999 Peças originais e arranjos para piano. Ambliada,
melodias e cifras. Dados biográficos Músicas para piano e Melodias cifradas.
Ó abre alas
Lua Branca (da opereta Forrobodó)
Gaúcho (O Corta-Jaca)
Annita
Saci-pererê
A Corte na Roça (Recitativo)
Meditação
A dama de outro
Carlos Gomes
Não insista, rapariga
Atraente
Viva o Carnaval!
Lua Branca – Chiquinha Gonzaga
"Ó, lua branca de fulgores e de encanto
Se é verdade que ao amor tu dás abrigo
Vem tirar dos olhos meus o pranto
Ai, vem matar essa paixão que anda comigo
Ai, por quem és, desce do céu, ó, lua branca
Essa amargura do meu peito, ó, vem, arranca
Dá-me o luar de tua compaixão
Ó, vem, por Deus, iluminar meu coração
E quantas vezes lá no céu me aparecias
A brilhar em noite calma e constelada
E em tua luz então me surpreendias
Ajoelhado junto aos pés da minha amada
E ela a chorar, a soluçar, cheia de pejo
Vinha em seus lábios me ofertar um doce beijo
Ela partiu, me abandonou assim
Ó, lua branca, por quem és, tem dó de mim"