Olá, meus queridos amigos.
Com muita alegria, faço uma homenagem a essa querida escritora brasileira, Capixaba e coincidentemente, minha conterrânea de coração, pois viveu parte de sua vida em minha cidade natal, Campos dos Goytacazes.
O nosso "Cantinho da Literatura" é desse jeito - sempre descobrindo escritores, poetas, ensaístas, enfim, essas pessoas fantásticas que nos fazem refletir, sonhar, viajar, divagar... - e é essa a ideia; oferecer o melhor da nossa literatura brasileira e como falei anteriormente, prestigiando também alguns dos fantásticos escritores portugueses.
Uma pequena biografia para conhecer um pouco de
Marly de Oliveira:
Marly de Oliveira foi uma poetisa brasileira. Era a ex-mulher do poeta e membro da Academia Brasileira de Letras, João Cabral de Melo Neto. Foi também professora de língua e literatura italiana, assim como de literatura hispano-americana.
Marly de Oliveira, poeta, professora e ensaísta, era capixaba de Cachoeiro do Itapemirim, embora tenha vivido a infância e adolescência na cidade fluminense de Campos, onde muito cedo se iniciou na literatura, publicando poemas em jornais e revistas. Mudou-se depois para o Rio de Janeiro, onde diplomou-se em Letras Neo-Latinas pela Pontifica Universidade Católica. Recebeu bolsa de estudos para cursar História da Língua Italiana e Filologia Românica na Universidade de Roma. Ali conheceu o grande poeta Giuseppe Ungaretti, que havia lecionado por algum tempo na Universidade de São Paulo e que, ao ler uma breve coletânea de poemas escritos em italiano pela jovem estudante brasileira, decidiu entusiasmado apresentá-la pessoalmente em um programa literário da rádio-televisão local, referindo-se textualmente ao milagre de criação daqueles versos escritos por uma estrangeira em um italiano luminoso.
CONTATO - (1975)
É, segundo sua autora, "La reencontre manquée" de que fala Lacan. "É o meu fracasso diante da opacidade do outro ou da minha vontade de transparência".
Ou seja: a constatação final da absoluta impossibilidade de se estabelecer uma real comunicação com o outro.
ALGUNS POEMAS DE "CONTATO":
O meu amor que pensa
o incompreensível, nítido
universo, não busca no imediato
fruir, na mera urgência
de não ser, o sentido
das coisas, este fino, breve, claro
ir do não-ato ao ato,
ou da não-vida à vida,
o tranquilo mover-se
entre sonhos que versa
-que poderosa mente? e não sabida
fonte de tudo em mim
que a mão estendo, e nem sei a que vim.
O palpável vazio
de tudo é um abstrair-se;
o concreto real: símbolo e soma
e forma de aludir.
Se comtemplo e não vejo,
se a cada passo a vida não assoma,
é em mim que se retrai,
eu que, no entanto, aspiro
à integração no frio
e vivo suceder,
ao não-eu de meu eu como a perfeita
maneira de contato,
ou atualização do amor em ato.
Ditoso tempo, a firme
primavera reinventa-se,
e o não-amor suposto é o mais-que-amor
subterrâneo, que elide
o fluir certo, e a lenta
floração propicia, num rigor
minucioso de cores,
de silêncio e luz vária.
A atualidade muda
do que vive me afunda
em secreta alegria ante essa calma
surpresa de existir,
num dilatar-se, amor, que é restituir.
o incompreensível, nítido
universo, não busca no imediato
fruir, na mera urgência
de não ser, o sentido
das coisas, este fino, breve, claro
ir do não-ato ao ato,
ou da não-vida à vida,
o tranquilo mover-se
entre sonhos que versa
-que poderosa mente? e não sabida
fonte de tudo em mim
que a mão estendo, e nem sei a que vim.
O palpável vazio
de tudo é um abstrair-se;
o concreto real: símbolo e soma
e forma de aludir.
Se comtemplo e não vejo,
se a cada passo a vida não assoma,
é em mim que se retrai,
eu que, no entanto, aspiro
à integração no frio
e vivo suceder,
ao não-eu de meu eu como a perfeita
maneira de contato,
ou atualização do amor em ato.
Ditoso tempo, a firme
primavera reinventa-se,
e o não-amor suposto é o mais-que-amor
subterrâneo, que elide
o fluir certo, e a lenta
floração propicia, num rigor
minucioso de cores,
de silêncio e luz vária.
A atualidade muda
do que vive me afunda
em secreta alegria ante essa calma
surpresa de existir,
num dilatar-se, amor, que é restituir.
É muito bom poder conhecer pessoas, mesmo que elas não estejam mais conosco, nesse mundo de mistérios, ilusões, mas com a realidade de histórias que escreveram nos livros de suas vidas; são legados que ficam, marcas que não se apagam e que podem ser compartilhadas com todos que apreciam a boa leitura, e foi dessa forma que essa querida poetisa encontrou um grande sentido para a sua vida e de todos que até hoje têm o privilégio de pesquisar e conhecer melhor as suas lindas história por meio de seus lindos poemas.
Pesquisem e conheçam melhor quem foi Marly de Oliveira.
Abraços da amiga Janete.
Para facilitar sua pesquisa, vejam quais foram as obras de Marly de Oliveira
Obras
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Cerco da Primavera (1957)
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Explicação de Narciso (1960)
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A Suave Pantera (1962)
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A Vida Natural (1967)
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O Sangue na Veia (1967)
·
Contato (1975)
·
Invocação de Orpheu (1978)
·
Aliança (1979)
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A Força da Paixão e A Incerteza das Coisas(1982)
·
Retrato / Vertigem / Viagem a Portugal(1986)
·
O Banquete (1988)
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Obra Poética Reunida (1989)
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O Deserto Jardim (1990)
·
O Mar de Permeio (1998)
·
Antologia Poética (1998)
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