Olá, meus queridos amigos.
O Cantinho da Literatura oferece esse presente para vocês.
Sem muito comentário - sonhei, imaginei, e viajei com o conteúdo desse lindo texto que recebi do meu amigo Hilton Azeredo e com certeza, vocês também vão viajar na imaginação.
Abraços da amiga Janete
Porque um dia estaremos mais perto uns dos outros.
By Carlos Willian Leite
Um dia estaremos mais perto uns dos outros. Não importa quando e nem
como. Mas nós seremos mais próximos do que somos hoje.
Nesse dia, estaremos para além de qualquer classificação superficial.
Seremos mais que certos ou errados, pobres ou ricos, brancos ou pretos ou
vermelhos e amarelos, homens ou mulheres, novos ou velhos. Mais que tudo isso,
seremos simples pessoas mais próximas.
Ainda que distantes na geografia, guardaremos em nós a lembrança ou o
desejo do encontro. E o encontro nada mais será que um pedido assentido e
sincero de compreensão. Encontrar será a prática simples de pensar em alguém e
querer nada senão compreendê-lo e aceitá-lo.
Viveremos perto o suficiente para nos vermos, nos ouvirmos e nos
sentirmos ali. Próximos o bastante para dividir nossas alegrias e nossas dores,
para seguir os caminhos de cada um sem nos perder de vista. Íntimos a ponto até
de nos afastarmos quando preciso, em respeito à nossa necessidade humana da
solidão que de quando em vez nos empurra para o claustro.
Entre tantas respostas e ponderações absolutas e julgamentos e certezas
tão comuns desse mundo, estaremos juntos para nos fazer perguntas sem esperar
respostas. Apenas nos perguntaremos coisas à toa, pelo puro e simples exercício
de falar e ouvir. Mais ouvir do que falar.
[saibamais posts=" 2898 "]Em longas conversas de manhã,
sentados no sol de um banco de praça, nossos livros sobre o colo esperando
atenção, relembraremos sem saudade os tempos frios em que nos tornamos duros
estranhos. Riremos juntos de nossos ódios superados, nossas pendengas ridículas
e desconfianças daninhas. E de tão boas, nossas conversas se estenderão sem
pressa e sem culpa pela tarde e pela noite, até o mundo amanhecer de novo em cada
dia seguinte.
Até lá, as histórias de uma gente que aprendeu a viver separada demais,
uns contra os outros, fazendo do conjunto da vida uma imensa guerra campal,
gritalhona e infértil serão nada além de velhas narrativas de barbárie e
estupidez. Peças de um museu inexistente. Sombras de uma guerra em que os
vencedores celebravam sua superioridade sem se dar conta de que, no fim do
jogo, todas as peças sempre voltam para a caixa.
Então, façamos um trato. De hoje em diante, teremos um longo caminho
rumo ao encontro. Assim, passo a passo, pisaremos novas ruas, tomaremos rumos
desconhecidos e aprenderemos a compreender o óbvio: tudo o que nos acontece
hoje são sinais de alerta. Alguém está a nos advertir que devíamos passar mais
tempo juntos, ficar mais perto uns dos outros, tomar sol, apanhar vento,
esperar a lua que se esconde por trás das nuvens.
Em todos os sentidos, de todas as formas, você e eu e todos nós seremos
uma só vizinhança afetiva, moradores de um só quarteirão amoroso. Perto ou
longe, não importa, seremos simples pessoas mais próximas, afeitas e dispostas
a fazer da vida um longo e sincero gesto de amor ao outro.
É que um dia, se Deus quiser, estaremos mais perto uns dos outros.
Carlos Willian Leite | Agosto 25, 2014 às
11:27 am | Categorias: Colunistas | |
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