quinta-feira, 3 de abril de 2014

Adélia Prado

Olá, meus queridos amigos.
Hoje o “Cantinho da Literatura” vai fugir um pouco dos “novos escritores”, para homenagear uma veterana escritora brasileira, que me encantou com suas poesias e frases românticas. Li um pouco sobre ela e também fiquei encantada com a sua história e seus trabalhos.

Então, vou passar para vocês o resumo de sua biografia, e algumas frases, pensamentos e poesias, de presente para o nosso “blog da amizade”.
 Adélia Luzia Prado Freitas, nasceu em Divinópolis, no dia 13 de dezembro de 1935. É uma escritora brasileira. Seus textos retratam o cotidiano com perplexidade e encanto, norteados pela fé cristã e permeados pelo aspecto lúdico, uma das características de seu estilo único.
Professora por formação, exerceu o magistério durante 24 anos, até que a carreira de escritora tornou-se a atividade central.
Em termos de literatura brasileira, o surgimento da escritora representou a revalorização do feminino nas letras e da mulher como ser pensante, tendo-se em conta que Adélia incorpora os papéis de intelectual e de mãe, esposa e dona-de-casa.
AMOR FEINHO
Eu quero amor feinho.
Amor feinho não olha um pro outro.
Uma vez encontrado, é igual fé, não teóloga mais.
Duro de forte, o amor feinho é magro, doido por sexo
e filhos tem os quantos haja.
Tudo que não fala, faz.
Planta beijo de três cores ao redor da casa
e saudade roxa e branca,
da comum e da dobrada.
Amor feinho é bom porque não fica velho.
Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é:
eu sou homem você é mulher.
Amor feinho não tem ilusão,
o que ele tem é esperança:
eu quero amor feinho.
Adélia Prado
                                                             
"Um trem-de-ferro é uma coisa mecânica,
mas atravessa a noite, a madrugada, o dia,
atravessou minha vida,
virou só sentimento."
Adélia Prado
"O que a memória ama, fica eterno.
Te amo com a memória, imperecível."

"O sonho encheu a noite
Extravasou pro meu dia
Encheu minha vida
E é dele que eu vou viver
Porque sonho não morre."

"Deus é mais belo que eu.
E não é jovem.
Isto sim, é consolo."

"Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô."

"A coisa mais fina do mundo é o sentimento. (Ensinamento)"

"Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra."

"...me consola, moço.
Fala uma frase, feita com o meu nome,
Para que ardam os crisâtemos
E eu tenha um feliz Natal!..."

"Dor não tem nada a ver com amargura./Acho que tudo que acontece/é feito pra gente aprender cada vez mais,/ é para ensinar a gente a viver. Desdobrável. / Cada dia mais rica de humanidade."

"Sofro por causa do meu espírito de colecionador-arqueólogo.
Quero pôr o bonito numa caixa com chave
para abrir de vez em quando e olhar."

"Meu Deus, me dê cinco anos.
Me dá a mão, me cura de ser grande!"

"Beleza não é luxo. É uma necessidade!"

"Vale a pena esperar, contra toda a esperança,
o cumprimento da Promessa que Deus fez a nossos
pais no deserto. Até lá, o sol com chuva, o arco-íris,
o esforço de amor, o maná em pequeninas rodelas,
tornam boa a vida. A vida rui? A vida rola mas não cai.
A vida é boa."

"A gente tem sede de infinito e de permanência, então, esse ser que assegura a
 permanência das coisas, é que eu chamo de Deus. É o absoluto."
Adélia Prado

A literatura brasileira, além de ser fortemente marcada pela presença de Adélia Prado, também foi marcada por um período de silêncio poético no qual a escritora "emudeceu sua pena". Depois de O Homem da Mão Seca, de 1994, Adélia ficou cinco anos sem publicar um novo título, fase posteriormente explicada por ela mesma como "um período de desolação".
São estados psíquicos que acontecem, trazendo o bloqueio, a aridez, o deserto". Oráculos de Maio, uma coletânea de poemas, e Manuscritos de Felipa, uma prosa curta, marcaram o retorno, ou a quebra do silêncio. Rubem Alves refere-se a esses silêncios em A Festa de Babbete.
No livro Cacos para um Vitral, Adélia Prado usa a metáfora do vitral para explicar a relação entre a vida e Deus.
Com licença poética
"Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
-- dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
Adélia Prado.
                                                   
POESIA:
Bagagem, Imago 1975
O Coração Disparado, Nova Fronteira - 1978
Terra de Santa Cruz, Nova Fronteira - 1981
O Pelicano, Rio de Janeiro - 1987
A Faca no Peito, Rocco - 1988
Oráculos de Maio, Siciliano - 1999
Louvação para uma Cor
A duração do dia, Record - 2010

PROSA:
Solte os Cachorros, contos, Nova Fronteira - 1979
Cacos para um Vitral, Nova Fronteira - 1980
Os Componentes da Banda, Nova Fronteira - 1984
O Homem da Mão Seca, Siciliano - 1994
Manuscritos de Filipa, Siciliano - 1999
Filandras, Record - 2001
Quero minha mãe - Record - 2005
Quando eu era pequena - 2006.
Tenho certeza que vocês vão curtir essa escritora encantadora. Pesquisem mais; vocês vão gostar.
Abraços da amiga Janete

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