quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Hilda Hilst

Olá meus queridos amigos. Hoje, no Cantinho da Literatura, teremos um pouco dessa grande escritora poeta, ficcionista, cronista e dramaturga brasileira. É considerada pela crítica especializada como uma das maiores escritoras em língua portuguesa do século XX.

Hilda de Almeida Prado Hilst foi a única filha do fazendeiro de café, jornalista, poeta e ensaísta Apolônio de Almeida Prado Hilst, filho de Eduardo Hilst, imigrante originário da Alsácia-Lorena, de de Maria do Carmo Ferraz de Almeida Prado.
Hilda Hilst escreveu por quase cinquenta anos, tendo sido agraciada com os mais importantes prêmios literários do Brasil. Em 1962, recebeu o Prêmio PEN Clube de São Paulo, por sete Cantos do Poeta para o Anjo (Massao Ohno Editor, 1962). Mudou-se para a Casa do Sol, construída na fazenda, onde passou a viver com o escultor Dante Casarini, em 1966. Em setembro do mesmo ano, morreu seu pai. Dois anos depois, Hilda casou-se com o escultor Dante Casarini. Em 1969, a peça O Verdugo arrebatou o Prêmio Anchieta, um dos mais importantes do país na época. No mesmo ano, a cantata Pequenos Funerais Cantantes, composta por seu primo, o compositor Almeida Prado, sobre o poema homônimo de Hilda, dedicado ao poeta português Carlos Maria Araújo, conquistou o primeiro prêmio do I Festival de Música da Guanabara.
A escritora ainda participou, a partir de 1982, do Programa do Artista Residente, da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP.
Assuntos tidos como socialmente controversos foram temas abordados pela autora em suas obras. No entanto, conforme a própria escritora confessou em sua entrevista ao "Cadernos de Literatura Brasileira", seu trabalho sempre buscou, essencialmente, retratar a difícil relação entre Deus e o homem.
Parte de seu arquivo pessoal foi comprado pelo Centro de Documentação Alexandre Eulálio, Instituto de Estudos de linguagem - IEL, UNICAMP, em 1995, estando aberto a pesquisadores do mundo inteiro e o restante, notadamente sua biblioteca particular, encontra-se na Casa do Sol, sede do Instituto Hilda Hilst - IHH.
Muitos de seus livros se esgotaram devido a uma escassa distribuição. Porém, em 2001, a Editora Globo adquiriu os direitos de sua obra e, em dezembro daquele mesmo ano, passou a reeditar a Obra Completa da escritora.
Após seu falecimento, o amigo Mora Fuentes liderou a criação do Instituto Hilda Hilst.
O IHH tem como primeira missão a manutenção da Casa do Sol, seu acervo e o espírito de ser um porto seguro para a criação intelectual.



"Lobos? São muitos.
Mas tu podes ainda
A palavra na língua
Aquietá-los.
Mortos? O mundo.
Mas podes acordá-lo
Sortilégio de vida
Na palavra escrita.
Lúcidos? São poucos.
Mas se farão milhares
Se à lucidez dos poucos
Te juntares.
Raros? Teus preclaros amigos.
E tu mesmo, raro.
Se nas coisas que digo
Acreditares."
Hilda Hilst
(Do amor)
"Ama-me. Ainda é tempo. Interroga-me.
E eu te direi que nosso tempo é agora.
Esplêndida de avidez, vasta ternura
Porque é mais vasto o sonho que elabora
Há tanto tempo sua própria tessitura.
Ama-me. Embora eu te pareça
Demasiado intensa. E de aspereza.
É transitória se tu me repensas."
Hilda Hilst

"Que canto há de cantar o indefinível?
O toque sem tocar, o olhar sem ver
A alma, amor, entrelaçada dos indescritíveis.
Como te amar, sem nunca merecer?
Amar o perecível,
o nada,
o pó,
é sempre despedir-se."
Hilda Hilst
"Como se te perdesse nos trens, nas estações
Ou contornando um círculo de águas
Removente ave, assim te somo a mim:
De redes e de anseios inundada."
Hilda Hilst

"Há sonhos que devem permanecer nas gavetas,
nos cofres, trancados até o nosso fim.
E por isso passíveis de serem sonhados a vida inteira."
Hilda Hilst
"Como me sinto? Como se colocassem dois olhos sobre uma mesa e dissessem a mim, a mim que sou cego: isso é aquilo que vê, essa é a matéria que vê. Toco os dois olhos sobre a mesa, lisos, tépidos ainda, arrancaram há pouco, gelatinosos, mas não vejo o ver. É assim o que sinto tentando materializar na narrativa a convulsão do meu espírito, e desbocado e cruel, manchado de tintas, essas pardas escuras do não saber dizer, tento amputado conhecer o passo, cego conhecer a luz, ausente de braços tento te abraçar."
Hilda Hilst

"Vontade de não dar sentido algum às coisas, as palavras e à própria vida. Assim como é a vida na realidade ausente do sentido."
Hilda Hilst
"Conta-se que havia na China uma mulher
belíssima que enlouquecia de amor todos
os homens. Mas certa vez caiu nas
profundezas de um lago e assustou os peixes."
Hilda Hilst
"Você nunca conhece realmente as pessoas. O ser humano é mesmo o mais imprevisível
dos animais."
Hilda Hilst (Jaú, 21 de abril de 1930 - Campinas, 4 de fevereiro de 2004)
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Querem saber mais? Pesquise, pois vale a pena conhecer melhor essa escritora magnífica e polêmica.
Pesquisem a sua biografia e obras completas.
Abraços da amiga Janete



terça-feira, 26 de novembro de 2013

Monte Aghá

Olá, meus queridos amigos.
Voltei com mais uma curiosidade sobre o Espírito Santo. Vamos conhecer o Monte Aghá?
Antes, quero agradecer ao meu amigo Marcos Piccin, que postando uma foto no Face, despertou a curiosidade dessa pesquisa para vocês.
Curtam essa curiosa lenda e esse lindo “Cartão-Postal”.

Abraços, da amiga Janete. 
Monte Aghá visto de Piúma
O Monte Aghá é um monte localizado entre os municípios brasileiros de Itapemirim e Piúma, no litoral sul do estado do Espírito Santo.
Possui cerca de 340 metros de altitude, sendo usado como marco para navegação em todo o litoral sul do estado, por ser possível avistá-lo a vários quilômetros de distância, para escaladas e para a prática de voos livres. Em seus pés também estão localizadas duas praias: Itaipava e Piúma. Seu nome, na língua dos índios Purís, significa "lugar de se ver Deus".


Lendas e curiosidades do Monte Aghá:
MONTE AGHÁ: CARTÃO-POSTAL DE PIÚMA E ITAPEMIRIM
outubro 20,2012 (trilhavirtual.com.br)
No litoral sul do /espírito Santo, a 85km de Vitória, o Monte Aghá é palco de escaladas e voo livre. Com cerca de 300 metros de altura, a elevação lembra a forma de pirâmide ou elefante deitado, respectivamente, se for observada de Piúma ou Itapemirim.






Não se sabe ao certo a origem do nome. Em árabe, Aghá é senhor dos senhores. Já na língua dos índios puris e tupiniquins, representaria o Monte de ver Deus. - o mais forte, o mais alto e que pode ser visto de inúmeras localidades vizinhas.
Reza a lenda que, antes da chegada dos portugueses e padres jesuitas na região, índios faziam farras no cume do Monte. As bebedeiras eram regadas a ervas alucinógenas e cauim.




A preparação de cauim envolvia pedaços finos de mandioca, que eram fervidos até ficarem bem
cozidos. Na sequência do ritual, mulheres se reuniam ao redor da panela, levavam uma porção até a boca, mastigavam bem, ensalivavam e botavam a porção em um segundo pote. Essa pasta de raiz mastigada era mexida no fogo com uma colher de pau até cozinhar, antes de ser fermentada em grandes potes de barro.




Com gosto de leite azedo, a bebida ficava densa como sedimentos de vinho. Enquanto dançavam, os homens eram servidos pelas mulheres e tinham de esvaziar as tigelas em um gole - ao contrário delas, que a "saboreavam".
Lendas à parte, o Monte passou a ser alvo de atividades de extração de calcário em 1984, pela implantação de uma pedreira. Após manifestações contrárias da população, o local foi tombado já no ano seguinte.



Esta Resolução (06/85) assegurou a preservação do patrimônio natural, onde um dos destaques da
flora é a orquídea azul "Smirgia Aghaense", além da grande quantidade de bromélias.
Para subir o Monte, cuja trilha não conta com sinalização, é recomendável acompanhamento de guia e há exposição à altura - risco de queda em abismo.
O caminho mais difícil é pela frente, através de uma escalada íngreme pelas pedras.



Já para chegar à parte de trás é preciso caminhar por uma pequena estrada de terra, que começa em frente à praia do Aghá, e seguir até o campo de futebol para colher informações.
A subida se dá em meio a pastos, cafezal, trilha, floresta e pedra.
De seu cume, além do mar e suas ilhas, a vista contempla montanhas como o Frade e a Freira.
Você sabia?
O Espírito Santo é o maior produtor de mármore e granito do Brasil.

domingo, 24 de novembro de 2013

Colcha de casal

TERMINEI!!!
Olá, meus queridos amigos. Hoje tenho a alegria de postar esse trabalho que deu “muito trabalho”, mas que durante mais de 12 meses, consegui finalmente terminar. A ansiedade foi grande, pois essa colcha tem uma história de motivação. Há muito tempo a minha mãe perguntou por que eu não fazia uma colcha de crochê para mim, já que eu fazia tanto crochê para outras pessoas e eu respondia que não tinha coragem, pois é muito demorado; até que um dia resolvi começar: a princípio eu queria fazer toda em tons de bege ou pastéis, então, comecei inserindo a cor branca, o laranja, e fluiu de uma forma que resolvi colorir geral e não é que deu certo?
Agora estou ansiosa para mostrar à minha mãezinha essa colcha de retalhos de crochê e dizer que ela foi a maior incentivadora desse trabalho.
Quero dizer a vocês, que esse é um trabalho exclusivo, pois além de demorar muito, fica muito caro.
Espero que tenham gostado da minha colcha, ou seja, da minha filha, pois será a “herança” dela, rss.

Abraços da amiga Janete.










 Se temos de esperar, 
que seja para colher a semente boa 
que lançamos hoje no solo da vida. 
Se for para semear, 
então que seja para produzir 
milhões de sorrisos, 
de solidariedade e amizade.


Cora Coralina

sábado, 23 de novembro de 2013

Torta de Pêssego

Olá, meus amigos.
Dei uma "acelerada na cozinha experimental" para o nosso blog da amizade. Hoje fiz essa torta de pêssego; como sempre, muito fácil de fazer e aproveitando a massa, fiz também com recheio de chocolate.
Essa receita foi do Globo Rural.
"Colheita do pêssego está no pico no estado de São Paulo. Sobremesa é leve e agrada toda a família."
"Direto do pomar, a dona de casa Mercedes Soranz colhe o que precisa para fazer receitas caprichadas. Uma das mais saborosas é a torta de pêssego."
Vamos aproveitar a época do pêssego? Eu fiz com pêssego em calda, mas segue uma receita muito fácil para fazer o doce com a fruta fresca.




Ingredientes:
Massa:
150 gramas de açúcar
300 gramas de margarina com sal
500 gramas de farinha de trigo
1 ovo
Recheio:
1 lata de leite condensado
2 vezes a mesma medida de leite
3 colheres de sopa de amido de milho
1 caixinha de creme de leite
1 lata de pêssego em calda ou de compota de pêssego caseira
Cobertura
1 caixinha de gelatina de pêssego
250 ml de água
1 colher e ¹/² de sopa de amido de milho
Modo de preparo:
Comece misturando todos os ingredientes, sem amassar muito, e deixe descansar por 10 minutos na geladeira. Depois desse período, a massa já está pronta e pode ser moldada.
Divida a massa ao meio e cubra a base. A outra metade vai ser usada para colocar na lateral da forma. Leve ao forno po 20 a 25 minutos em temperatura de 200°C.
Se preferir fazer a compota em casa, basta cortar o pêssego ao meio, tirar o caroço e descascar. Junte com três xícaras de água e uma de açúcar e coloque para ferver sem descuidar por cerca de 5 minutos.
Para o recheio, misture todos os ingredientes, menos o creme de leite e o pêssego. Leve ao fogo e, quando o creme engrossar, adicione o creme de leite e finalize com metade da lata de pêssego em conserva picados. A outra metade, corte em fatias finas e reserve para decorar.
O preparo da cobertura é simples. É só misturar todos os ingredientes e levar ao fogo até engrossar.
Retire a massa do forno e desenforme. Recheie com o creme, decore com os pêssegos fatiados e finalize com a cobertura de gelatina. Deixe duas horas na geladeira e está pronta para servir.
OBSERVAÇÕES:
A massa rendeu duas tortas, mas infelizmente eu dei uma "mancada". Fiquei com medo de ficar muito grossa e guardei o restante da massa na geladeira e as tortas ficaram muito finas; por isso, não precisam se preocupar: Podem usar toda a massa dividida para dois refratários.
Deixei a massa descansando na geladeira por duas horas, pois eu estava ocupada com outras coisas, mas ficou ótima; Não suja as mãos e fica no "ponto certo". Uma ótima dica.
O creme de chocolate, fiz conforme o recheio acima, porém, com 2 colheres bem cheias de chocolate em pó e 100 gramas de chocolate ao leite; depois de engrossar, acrescentei uma caixinha de creme de leite, desliguei o fogo e continuei mexendo mais um pouco, até o creme de leite incorporar no recheio.
Espero que tenham gostado dessa receita e das dicas.
Não se esqueçam: o "Cantinho da Culinária já está com mais de 100 receitas para vocês. Mesmo que eu dê uma parada com novas receitas, tem muitas sugestões legais, inclusive para o final do ano, que já está chegando.
Abraços da amiga Janete.
Até a próxima.
"Se o duro combate os fracos abate, aos fortes, aos bravos, só pode exaltar."
Gonçalves Dias




quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Graciliano Ramos

Hoje, no "Cantinho da Literatura", vamos lembrar esse homem que foi um romancista, cronista, contista, jornalista, político e memorialista brasileiro do século XX, mais conhecido por seu livro, Vidas Secas (1938). É uma honra homenagear esse escritor brasileiro nesse humilde espaço, levando até vocês uma pequena amostra que retrata cada um deles.

"Começamos oprimidos pela sintaxe e acabamos às voltas com a Delegacia de Ordem Política e Social, mas nos estreitos limites a que nos coagem a gramática e a lei, ainda nos podemos mexer".
Uma breve Biografia:
Graciliano Ramos nasceu em Quebrangulo - Alagoas, em 27 de outubro de 1892. Primeiro de dezesseis irmãos de uma família de classe média do sertão nordestino, ele viveu os primeiros anos em diversas cidades do Nordeste brasileiro, como Buíque (PE), Viçosa e Maceió (AL). Terminando o segundo grau em Maceió, seguiu para o Rio de Janeiro, onde passou um tempo trabalhando como jornalista.
Em setembro de 1915, motivado pela morte dos irmãos Otacília, Leonor e Clodoaldo e do sobrinho Heleno, vitimados pela epidemia de peste bubônica, volta para o Nordeste, fixando-se junto ao pai, que era comerciante em Palmeira dos Índios, Alagoas. Neste mesmo ano casou-se com Maria Augusta de Barros, que morreu em 1920, deixando-lhe quatro filhos.
Foi eleito prefeito de Palmeira dos Índios em 1927, tomando posse no ano seguinte. Ficou no cargo por dois anos, renunciando a 10 de abril de 1930. Segundo uma das auto-descrições, "(...) Quando prefeito de uma cidade do interior, soltava os presos para construírem estradas. "Os relatórios da prefeitura que escreveu nesse período chamaram a atenção de Augusto Frederico Schmidt, editor carioca que o animou a publicar Caetés (1933).
Entre 1930 e 1936 viveu em Maceió, trabalhando como diretor da Imprensa Oficial, professor e diretor da Instrução Pública do estado. Em 1934 havia publicado São Bernardo, e quando se preparava para publicar o próximo livro, foi preso em decorrência do pânico insuflado por Getúlio Vargas após a Intentona Comunista de 1935. Com ajuda de amigos, entre os quais José Lins do Rego, consegue publicar Angústia (1936), considerada por muitos críticos como sua melhor obra.
Em 1938 publicou Vidas Secas. Em seguida estabeleceu-se no Rio de Janeiro, como inspetor federal de ensino.
Em 1945 ingressou no antigo Partido Comunista do Brasil - PCB (que nos anos sessenta dividiu-se em Partido Comunista Brasileiro - PCB - e Partido Comunista do Brasil - (PCdoB), de orientação soviética e sob o comando de Luís Carlos Prestes; nos anos seguintes, realizaria algumas viagens a países europeus com a segunda esposa, Heloísa Medeiros Ramos, retratadas no livro Viagem (1954). Ainda em 1945, publicou Infância, relato autobiográfico.
Adoeceu gravemente em 1952. No começo de 1953 foi internado, mas acabou falecendo em 20 de março de 1953, aos 60 anos, vítima de câncer do pulmão.
(Cartas de amor a Heloísa)
Dizes que brevemente
serás a metade de minha alma.
A metade?
Brevemente?
Não: já agora és,
não a metade, mas toda.
Dou-te a minha alma inteira,
deixe-me apenas uma pequena parte
para que eu possa existir por algum tempo
e adorar-te.
Graciliano Ramos
Lá estão novamente gritando os meus desejos. Calam-se acovardados, tornam-se inofensivos, transforma-se, correm para a vila recomposta. Um arrepio atravessa-me a espinha, inteiriça-me os dedos sobre o papel. Naturalmente são os desejos que fazem isto, mas atribuo a coisa à chuva que bate no telhado e à recordação daquela peneira ranzinza que descia do céu dia e dias.
Graciliano Ramos
"Necessitando pensar, pensei que é esquisito este costume de viverem os machos apartados das fêmeas. Quando se entendem, quase sempre são levados por motivos que se referem ao sexo. Vem daí talvez a malícia excessiva que há em torno de coisas feitas inocentemente. Dirijo-me a uma senhora, e ela se encolhe e se arrepia toda.
Se não se encolhe nem se arrepia, um sujeito que está de fora jura que há safadeza no caso."
Graciliano Ramos
"Queria endurecer o coração, eliminar o passado, fazer com ele o que faço quando emendo um período--riscar, engrossar os riscos e transformá-los em borrões, suprimir todas as letras, não deixar vestígio de ideias obliteradas."
Graciliano Ramos
"Comovo-me em excesso, por natureza e por ofício.
Acho medonho alguém viver sem paixões."
"Mas é bom um cidadão pensar que tem influência no governo, embora não tenha nenhuma. Lá na fazenda o trabalhador mais desgraçado está convencido de que, se deixar a peroba, o serviço emperra. Eu cultivo a ilusão."
"É o processo que adoto: extraio dos acontecimentos algumas parcelas; o resto é bagaço."
"Mas no tempo não havia horas"
"Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu ofício."
"Quando se quer bem a uma pessoa a presença dela conforta. Só a presença, é necessário mais nada. "
Graciliano Ramos

ALGUNS TRECHOS E FRASES DE "VIDAS SECAS"
O livro
Graciliano Ramos escreveu Vidas Secas entre 1937 e 1938, ano da publicação do romance. O livro narra a história de uma família de retirantes do sertão brasileiro e aborda seus problemas, como a seca, a pobreza e a fome.
Autoridade
O patrão atual, por exemplo, berrava sem precisão. Quase nunca vinha à fazenda, só botava os pés nela para achar tudo ruim. O gado aumentava, o serviço ia bem, mas o proprietário descompunha o vaqueiro. Natural. Descompunha porque podia descompor, e Fabiano ouvia as descomposturas com o chapéu de couro debaixo do braço, desculpava-se e prometia emendar-se.
Mentalmente jurava não emendar nada, porque estava tudo em ordem, e o amo só queria mostrar autoridade, gritar que era dono.
Vaqueiro
O corpo do vaqueiro derreava-se, as pernas faziam dois arcos, os braços moviam-se desengonçados.
Parecia um macaco... Montado confundia-se com o cavalo, grudava-se a ele.
Movimento
O dia todo espiava o movimento das pessoas, tentando adivinhar coisas incompreensíveis.
Arreda!
Acocorada junto às pedras que serviam de trempe, a saia de ramagens entalada entre as coxas, sinha Vitória soprava o fogo. Uma nuvem de cinza voou dos tições e cobriu-lhe a cara, a fumaça inundou-lhe os olhos, o rosário de contas brancas e azuis desprendeu-se do cabeção e bateu na panela.
Sinha Vitória limpou as lágrimas com as costas das mãos, encarquilhou as pálpebras, meteu o rosário no seio e continuou a soprar com vontade, enchendo muito as bochechas...
Raízes
Aparecera como um bicho, entocara-se como um bicho, mas criara raízes, estava plantado.
Ratos
Ele, a mulher e os filhos tinham se habituado à camarinha escura, pareciam ratos.
Sangue
Sinhá Vitória beijava o focinho de Baleia, e como o focinho estava ensanguentado, lambia o sangue e tirava proveito do beijo.
Palavras
Admirava as palavras compridas e difíceis da gente da cidade, tentava reproduzir algumas, em vão, mas sabia que elas eram inúteis e talvez perigosas.
Espinhos
Tinham deixado os caminhos cheios de espinho e seixos, fazia horas que pisavam a margem do rio, a lama seca e rachada que escaldava os pés.
Baleia
Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás.
Moído
Passou as mãos nas costas e no peito, sentiu-se moído, os olhos azulados brilharam como olhos de gato.
Saber
Eles estavam perguntadores, insuportáveis. Fabiano dava-se bem com a ignorância. Tinha o direito de saber? Tinha? Não tinha.
Escola
Nunca vira uma escola. Por isso não conseguia defender-se, botar as coisas nos seus lugares.
Autoridade
Levantou-se e caminhou atrás do amarelo, que era autoridade e mandava. Fabiano sempre havia obedecido. Tinha muque e sustância, mas pensava pouco, desejava pouco e obedecia.
Secas
Um dia... Sim, quando as secas desaparecessem e tudo andasse direito... Seria que as secas iriam desaparecer e tudo andaria certo? Não sabia.
Campina
Estirou os olhos pela campina, achou-se isolado. Sozinho num mundo coberto de penas, de aves que iam comê-lo.
Invisível
...chorou, mas estava invisível, e ninguém percebeu o choro.
Morrer
Virou o rosto para fugir à curiosidade dos filhos, benzeu-se. Não queria morrer.
Cigarro de palha
Chegara naquela situação medonha - e ali estava, forte, até gordo, fumando seu cigarro de palha.
Mundo
Vidas Secas já foi lançado na Polônia, Argentina, República Tcheca, Rússia, Itália, Portugal, França, Espanha, Estados Unidos e outros.
Nome
O romance originalmente se chamaria O Mundo Coberto de Penas, mesmo nome do penúltimo capítulo, mas o próprio Graciliano Ramos riscou o título original e escreveu Vidas Secas.
Prêmio
Em 1962, o livro ganhou o Prêmio da Fundação William Faulkner, nos Estados Unidos, que premia os melhores trabalhos de ficção da América.



terça-feira, 19 de novembro de 2013

URUTAU

Vocês já ouviram falar de Urutau? Achei muito interessante, quando assistindo ao Bom dia Espírito Santo, na Rede Gazeta, vi essa reportagem e para quem não tinha ouvido falar dessa ave, vai conhecê-la aqui em "Curiosidades" do janetenaweb.
Achei tão interessante que resolvi postar uma parte da matéria que foi ao ar na segunda-feira no dia 11 de novembro e também uma pequena pesquisa na Internet, para conhecermos melhor a curiosa história dessa ave, assim como algumas de suas lendas.
"Urutau é flagrado em campus da Universidade Federal do ES"
"O Urutau é uma ave de hábitos noturnos e incomum em área urbana.
Pesquisadores afirmam que o animal está no local há quase um mês."
(Do G1 ES, com informações da TV Gazeta)
                             
Um pássaro raro foi descoberto na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), no campus de Goiabeiras, na região Metropolitana de Vitória. O Urutau foi encontrado por integrantes do Clube de Observadores de Aves do estado. De acordo com pesquisadores, a ave não tem hábitos urbanos, mas está na universidade por conta da oferta de alimentos abundantes no local.
O Urutau foi encontrado no dia 18 de outubro pelos integrantes do clube, mas está no local há quase um mês. "A gente acredita que ela habita essa área aqui por causa da oferta de alimentos, que aqui é muito abundante. Mas ela se alimenta de insetos", informou José Silveira, servidor público que faz parte do Clube de Observadores de Aves.
Uma característica do animal é o uso de sua plumagem para se esconder dos inimigos e seu canto melancólico. Os pesquisadores conseguiram encontrar o Urutau com a ajuda do canto. "Resolvemos imitar o canto dela aqui no campus, procuramos um determinado local aqui no mangue. Reproduzimos o som, o canto dela e para a nossa surpresa, imediatamente ela atendeu e veio", explicou Silveira.
A ave de hábitos noturnos é comum na Mata Atlântica. A fêmea, do campus da Universidade Federal do Espírito Santo, fica longe do ninho o dia inteiro e só volta ao local durante a noite para alimentar o filhote. O animal também é conhecido como pássaro-fantasmka e pássaro-pau, por ser capaz de se camuflar, fazendo-se parecer com um pedaço de madeira ou galho de árvore, para se proteger de possíveis predadores.
Uma pequena "pesquisa" na Internet para vocês:
Mãe-da-lua
A mãe-da-lua é um crapimulgiforme da família nyctibiidae. Conhecido também como urutau, urutau-comum, urutágua, Kúa-Kúa e Uruvati (nomes indígenas - Mato Grosso). O nome urutau é tupi e significa "ave fantasma".
Há uma crendice na Amazônia de que as penas da cauda do urutau protegeriam a castidade. Por isso, a mãe varre debaixo das redes das meninas com uma vassoura confeccionada com estas penas.
Conta uma famosa lenda boliviana, que na densa mata habitava a bela filha do cacique de certa tribo, enamorada por um jovem guerreiro da mesma tribo, a quem amava profundamente. Amava e era amada. Ao saber do romance, o pai da menina, enfurecido pelo ciúme, usou suas artes mágicas e tomou a decisão de acabar com o namoro da maneira mais trágica: matar o pretendente. Ao sentir o desaparecimento de seu amado, a jovem índia entrou na selva para procurá-lo. Enorme foi sua surpresa ao perceber o terrível fato. Em estado de choque, voltou para casa e ameaçou contar tudo à comunidade. O velho pai, furioso, a transformou em uma ave noturna para que ninguém soubesse do acontecido. Porém, a voz da menina passou à ave. Por isso, durante as noites, ela sempre chora a morte de seu amado com um canto triste e melancólico.
No Peru, mais especificamente na Amazônia peruana, o Nyctibiusgriseus é uma ave arraigada na mitologia dos povos indígenas, onde é conhecido como "Ayaymama", pois seu canto também lembra uma criança exclamando"ai, ai, mama!". A lenda peruana conta que um bebê foi abandonado por sua mãe na floresta para evitar que morresse por uma peste que já havia dizimado todo o povo. Ele então se transformou em uma ave, que todas as noites lamenta por sua mãe.
Há muita superstição em torno dessa ave. Algumas pessoas, por desconhecimento acabam por rejeitá-la com medo de mau agouro ou má sorte. Infelizmente, por esse motivo, muitas solicitam o seu recolhimento pela Polícia Ambiental que acaba depositando-as em centros de triagem.
Características
Mede cerca de 37 centímetros de comprimento, 80 centímetros de envergadura e pesa entre 160 e 200 gramas (macho). De cor cinza ou marrom mesclando vários tons destas cores com o branco e o preto (rajado, no popular). Possui uma adaptação única em aves, chamada de "olho mágico". São duas fendas na pálpebra superior, as quais permitem que fique imóvel por longos períodos, observando os arredores, mesmo de olhos fechados.
Mãe-da-lua adulto                  Mãe-da-lua jovem 
Alimentação
Alimenta-se de insetos noturnos, em especial de grandes mariposas, cupins e besouros, os quais caça em voo.
Mãe-da-lua se alimentando
Reprodução
Põe um ovo, em cavidades de tocos ou galhos, a poucos metros acima do solo acima do solo, incubando-o por cerca de 33 dias. O filhote permanece no ninho em torno de 7 semanas.

Ovo de mãe-da-lua
Ninho de mãe-da-lua
Filhote de mãe-da-lua
Hábitos
Comum em bordas de florestas, campos com árvores e cerrados.
Ainda que tenha o hábito de pousar em locais abertos, permanece disfarçado, sendo facilmente confundido com um galho. Tem o hábito de cantar à noite.
Essa foi mais uma curiosidade do Espírito Santo.
Abraços da amiga Janete
Você sabia?
O Espírito Santo foi o primeiro produtor de café conilon do Brasil.
.Aqui me tenho como não me conheço nem me quis, sem começo nem fim. Aqui me tenho sem mim, nada lembro, nem sei.

sábado, 16 de novembro de 2013

Cuscuz de frango com farinha de milho

100 receitas no "Cantinho da Culinária"
Hoje foi a vez de preparar um delicioso cuscuz.
Essa receita é bem tradicional, apesar de que, eu preparei um cuscuz meio marroquino e meio paulista e deu muito certo e por isso estou postando o cuscuz do meu jeito para vocês.

Ingredientes:
2 ¹/² xícaras de farinha de milho
01 abobrinha picadinha
01 berinjela picadinha
Palmito picado
¹/² xícara de bacon picadinho
01 xícara de peito de frango triturado no processador ou bem desfiado
Margarina
Azeite
01 cebola bem cortadinha ou triturada
03 dentes de alho bem picadinhos ou triturados
Sal
01 lata de tomates pelados
Azeitonas verdes cortadas
Azeitonas pretas com caroço para decorar
01 ovo cozido para decorar
Preparo:
Em uma panela, refogue uma parte da cebola e do alho com margarina e acrescente o frango, com os temperos de sua preferência, como por exemplo, louro em pó, curry, pimenta síria, pimenta calabresa, tempero baiano... Acrescente os tomates pelados e deixe cozinhar, acrescentando um pouco de água e testando o sal.
Enquanto isso, em outra panela, refogue a cebola com alho e um pouco de azeite e frite o bacon e quando estiver frito, acrescente a abobrinha e a berinjela cortadinhos e misture ao molho do frango; Acrescente, aos poucos, a farinha de milho, misturando com cuidado para absorver bem o molho, e depois de bem misturado e soltando da panela, arrume na forma untada com azeite e decorada com um ovo cortado ao meio, com a gema virada para baixo, rodelas de tomates, palmito e azeitonas; pode usar um raminho de alecrim antes do tomate. Pressione o cuscuz e deixe alguns minutos antes de desenformar em um prato. Está pronto o delicioso cuscuz. Sirva com uma salada de sua preferência.

 OBS.: Pode fazer o cuscuz com camarão, carne seca ou linguiça calabresa cortadinha.

Usando a sua criatividade, pode substituir alguns ingredientes ou acrescentar mais alguns, como ervilhas, milho verde, etc...
Bom apetite!
Abraços da amiga Janete"
"O mais triste de um passarinho engaiolado é que ele se sente bem."
Mario Quintana

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Sardinha na panela de pressão

Olá, meus queridos amigos.
Vocês querem uma dica para um leve e rápido jantar?
Então, optem pela sardinha; como todos sabem, é rica em ômega-3, tem um baixíssimo custo e é um dos peixes mais comuns e talvez por isso não demos a importância que ela merece e nem nos damos conta da sua inestimável riqueza.
Eu, por exemplo, não tenho o costume de comer sardinha fresca, ou seja, não tinha, pois agora sei que vale a pena preparar um prato tão fácil, que em menos de 20 minutos está pronto e não precisa nada mais do que um acompanhamento de um arroz fresquinho, humm... E melhor ainda: é muito saudável!
Para vocês, uma receita bem prática de sardinha na panela de pressão.
Como preparei para três pessoas, vou passar do jeito que fiz:

INGREDIENTES:
 06 filés de sardinhas frescas
Caldo de meio limão
Sal o suficiente para temperar
Louro em pó
02 colheres de azeite
02 dentes de alho amassados
Rodelas de meia cebola
Tiras de meio pimentão amarelo
Tiras de meio pimentão vermelho
01 lata de tomates pelados
¹/² molho de coentro picadinho
OBS.: Essa receita tem o rendimento para três a quatro pessoas, se quiser, é só aumentar a quantidade dos ingredientes.
MODO DE PREPARO
Tempere as sardinhas com limão, sal e louro em pó.
Coloque o azeite numa panela de pressão, arrume as sardinhas temperadas e o restante dos ingredientes.
Leve ao fogo e quando pegar pressão, deixe por 10 minutos e desligue.
Está pronta a sardinha. Simples assim...

Bom apetite e um grande abraço da amiga Janete
"...Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira..."

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Poesias de Mario Quintana - continuação...

Para quem gosta de Mario Quintana, selecionei algumas poesias para o nosso "Cantinho da Literatura de hoje".

PRESENÇA
É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,
teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento
das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
É preciso que a tua ausência trescale

sutilmente, no ar, a trevo machucado.,

as folhas de alecrim desde há muito guardadas
não se sabe por quem nalgum móvel antigo...
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu sentir
como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te.
Mario Quintana

'Minha vida não foi um romance...
Nunca tive até hoje um segredo.
Se me amar, não digas, que morro
De surpresa... de encanto... de medo...
Minha vida não foi um romance
Minha vida passou por passar
Se não amas, não finjas, que vivo
Esperando um amor para amar.
Minha vida não foi um romance...
Pobre vida... passou sem enredo...
Glória a ti que me enches de vida
De surpresa, de encanto, de medo!
Minha vida não foi um romance...
Ai de mim... Já se ia acabar!
Pobre vida que toda depende
De um sorriso... de um gesto... um olhar...'
Mario Quintana
Chorar é lindo
Chorar é lindo, pois cada lágrima na face
são palavras ditas de um sentimento calado.
Pessoas que mais amamos, são as que mais magoamos
porque queremos que sejam perfeitas,
e esquecemos que são apenas seres humanos.
Nunca diga que esqueceu alguma pessoa, ou um amor.
Diga apenas que consegue falar neles sem chorar,
porque qualquer amor por mais simples que seja,
será sempre inesquecível...
As lágrimas não doem...
O que dói são os motivos que as fazem caírem!
Não deixe de acreditar no amor,
mas certifique-se de estar entregando seu coração
para alguém que dê valor
aos mesmos sentimentos que você dá,
manifeste suas ideias e planos,
para saber se vocês combinam,
e certifique-se de que, quando estão juntos
aquele abraço vale mais que qualquer palavra...
Mario Quintana.

"Quero sempre poder ter um sorriso estampado em meu rosto.
Mesmo quando a situação não for muito alegre...
E que esse meu sorriso consiga transmitir paz
para os que estiverem ao meu redor.
Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém...
E poder ter a absoluta certeza de que esse alguém
também pensa em mim quando fecha os olhos,
que faço falta quando não estou por perto.
Queria ter a certeza de que apesar de minhas
renúncias e loucuras, alguém me valoriza
pelo que sou, não pelo que tenho...
Que me veja como um ser humano completo,
que abusa demais dos bons sentimentos
que a vida proporciona,
que dê valor ao que realmente importa,
que é meu sentimento... e não brinque com ele."
Mario Quintana

"Sentir primeiro, pensar depois
Perdoar primeiro, julgar depois
Amar primeiro, educar depois
Esquecer primeiro, aprender depois
Libertar primeiro, ensinar depois
Alimentar primeiro, cantar depois
Possuir primeiro, contemplar depois
Agir primeiro, julgar depois
Navegar primeiro, aportar depois
Viver primeiro, morrer depois."
Mario Quintana

Monumento a Mario Quintana e Carlos Drummond de Andrade 
na Praça Alfândega de Porto Alegre
Para Pensar
Existe apenas uma idade para sermos felizes, apenas uma época da vida de cada pessoa em que é possível sonhar, fazer planos e ter energia suficiente para os realizar apesar de todas as dificuldades e todos e todos os obstáculos. Uma só idade para nos encantarmos com a vida para vivermos apaixonadamente e aproveitarmos tudo com toda a intensidade, sem medo nem culpa de sentir prazer. Fase dourada em que podemos criar e recriar a vida à nossa própria imagem e semelhança, vestirmo-nos de todas as cores, experimentar todos os sabores e entregarmo-nos a todos os amores sem preconceitos nem pudor. Tempo de entusiasmo e coragem em que toda a disposição de tentar algo de novo e de novo quantas vezes for preciso. Essa idade tão fugaz na nossa vida chama-se presente e tem a duração do instante que passa...
Mario Quintana
É impressionante como Mario Quintana parecia ler os sentimentos, os pensamentos e até a alma das pessoas quando falava de si mesmo, falando ao mesmo tempo para cada ser existente nesse mundo de contradições  num misto do que é sensato e insensato,  do flexível e inflexível, dos sentimentos tão profundos, que terminam em grandes depressões e para não terminar num vazio total, de repente se ergue na mais absoluta certeza de que a vida vai muito além de um simples divagar e que é muito mais lucrativo se agarrar na esperança de que tudo vai bem e que vai terminar bem, pois afinal, o amor e a fé prevalecem e que o mais importante é saber se amar, para depois amar alguém...
Eu gostaria muito de continuar com os poemas de Mario Quintana, mas creio ter sido suficiente para conhecê-lo bem, por meio dessas poesias que selecionei para homenagear esse querido escritor.

Abraços da amiga Janete