Olá, meus queridos amigos.
Quero pedir desculpas por não ter postado no Cantinho da
Literatura do dia 11, mas estive muito envolvida com outras atividades.
Como falei na edição anterior, estou dedicando esse mês ao nosso querido Olavo Bilac, pois as emoções continuam com os seus poemas sensíveis e inteligentes.
Falando mais um pouco sobre a sua vida:
Participação cívica e social.Falando mais um pouco sobre a sua vida:
Já consagrado em 1907, o autor do Hino da Bandeira é convidado para liderar o movimento em prol do serviço militar obrigatório, já matéria de lei desde 1907, mas apenas discutido em 1915. Bilac se desdobra para convencer os jovens a se alistar.
Discurso de 1907
Ao tomar palavra no banquete-homenagem que lhe fora oferecido a 03 de dezembro de 1907, Bilac enfatizaria o fato de ser sua figura representativa de toda uma geração:
"O que estais, como brasileiros, louvando e premiando nesta sala, é o trabalho árduo, fecundo, revolucionário, corajoso da geração literária a que pertenço, e o papel definido, preciso, dominante, que essa geração conquistou com o seu labor, para o homem das letras, no seio da civilização brasileira...
Que fizemos nós? Fizemos isto: transformamos o que era até então um passatempo, um divertimento, naquilo que é hoje uma profissão, um culto, um sacerdócio: estabelecemos um preço para nosso trabalho, porque fizemos desse trabalho uma necessidade primordial da vida moral e da civilização de nossa terra..."
Língua Portuguesa
Olavo Bilac
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no axílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
Membros da Academia de Letras: Olavo Bilac é o quarto em pé, da esquerda para a direita.
"Ao coração que sofre, separado
Do teu, no exílio em que a chorar me vejo,
Não basta o afeto simples e sagrado
Com que das desventuras me protejo.
Não me basta saber que sou amado,
Nem só desejo o teu amor: desejo
Ter nos braços teu corpo delicado,
Ter na boca a doçura do teu beijo.
E as justas ambições que me consomem
Não me envergonham: pois maior baixeza
Não há que a terra pelo céu trocar;
E mais eleva o coração de um homem
Ser de homem sempre e, na maior pureza,
Ficar na terra e humanamente amar".
Olavo Bilac
"Há quem me julgue perdido, porque ando a ouvir estrelas. Só quem ama tem ouvido para ouvi-las e entende-las..."
"E eu vos direi: "Amai para entende-las! Pois só quem ama pode ter ouvido. Capaz de ouvir e de entender as estrelas".
Olavo Bilac
Bem, meus amigos. No próximo encontro, aqui no Cantinho da Literatura, continuaremos com Olavo Bilac; continuaremos sonhando, imaginando esse mundo mágico que só pessoas sensíveis e apaixonadas pela vida nos ajudam a sonhar e a amar com os seus poemas inspiradores.
Abraços da amiga Janete
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