Boa noite, meus queridos leitores
do “Cantinho da Literatura”.
Hoje, escolhi falar sobre
Rubem Braga por dois motivos:
Ele é Capixaba, nascido em
Cachoeiro do Itapemirim; será destaque no Carnaval 2013, pela Escola de Samba
Unidos de Jucutuquara, uma das mais conceituadas aqui em Vitória -ES, no
próximo sábado, 02 de fevereiro, em homenagem ao centenário do seu nascimento.
Vocês que conhecem Rubem
Braga, vão saber um pouco mais sobre esse querido escritor e quem não o
conhece, tenho certeza que vão se deliciar com a história desse homem que foi
um marco importante na nossa literatura.
Quando pesquisei sobre ele,
fiquei “tentada” em postar todas as suas obras; suas crônicas e pensamentos,
mas seria impossível, pois o espaço é pequeno demais.
Mas, o objetivo desse
espaço é passar o resumo da vida dos nossos queridos escritores brasileiros e
havendo interesse, com certeza vocês vão se aprofundar pesquisando e lendo
livros fascinantes deixados por eles, eternizando as suas obras.
Rubem Braga
"Sempre tenho confiança de que não serei maltratado na
porta do céu, e mesmo que São Pedro tenha ordem
para não me deixar entrar, ele ficará indeciso
quando eu lhe disser em voz baixa:
"Eu sou lá de Cachoeiro..."
Rubem Braga, considerado por muitos o maior cronista brasileiro desde Machado de Assis, nasceu em Cachoeiro de Itapemirim, ES, a 12 de janeiro de 1913.
Iniciou-se no jornalismo profissional ainda estudante, aos 15 anos, no Correio do Sul, de Cachoeiro de Itapemirm, fazendo reportagens e assinando crônicas diárias no jornal Diário da Tarde. Formou-se bacharel pela Faculdade de Direito de Belo Horizonte em 1932, mas não exerceu a profissão. Neste mesmo ano, cobriu a Revolução Constitucionalista deflagrada em São Paulo, na qual chega a ser preso. Transferindo-se para Recife, dirigiu a página de crônicas policiais no Diário de Pernambuco. Nesta cidade, fundou o periódico Folha do Povo. Em 1936 lançou seu primeiro livro de crônicas, O Conde e o Passarinho, e fundou em São Paulo a revista Problemas, além de outras. Durante a Segunda Guerra Mundial, atuou como correspondente de guerra junto à F.E.B. (Força Expedicionária Brasileira).
Na capital mineira se casou, em 1936, com Zora Seljan Braga, de quem posteriormente se desquitou; mãe de seu único filho Roberto Braga.
Rubem Braga (esquerda em pé) com os correspondentes de guerra da FEB em 1944.
Rubem Braga fez diversas viagens ao exterior, onde desempenhou função diplomática em Rabat, a capital do Marrocos, atuando também como correspondente de jornais brasileiros. Após seu regresso, exerceu o jornalismo em várias cidades do país, fixando domicílio no Rio de Janeiro, onde escreveu crônicas e críticas literárias para o Jornal Hoje, da Rede Globo de Televisão. Sua vida como jornalista registra a colaboração em inúmeros periódicos, além da participação em várias antologias, entre elas a Antologia dos Poetas Contemporâneos.
Na noite de segunda-feira, 17 de dezembro de 1990, o escritor Rubem Braga reuniu um pequeno grupo de amigos, cada vez mais selecionados por ele, na sua cobertura em Ipanema. Foi uma visita silenciosa, mas claramente subentendida pelos amigos Moacyr Werneck de Castro, Otto Lara Resende e Edvaldo Pacote. Às 23h30 da noite de quarta-feira, sedado num quarto do Hospital Samaritano, Rubem Braga morreu, sozinho como desejara e pedira aos amigos.
A causa da morte foi uma parada respiratória em consequência de um tumor na laringe que ele preferiu não operar nem tratar quimicamente.
Caso estivesse vivo, o escritor Rubem Braga completaria 100 anos no sábado, 12 de janeiro. Em comemoração ao centenário, a prefeitura de Cachoeiro de Itapemirm, no Sul do estado, município de nascimento do cronista, realizou um café da manhã literário na Casa dos Braga, onde Rubem viveu na infância.
Casa em que Rubem Braga viveu na infância em Cachoeiro. (Foto: Divulgação/Prefeitura Municipal de Cachoeiro)
Homenagem
Foi inaugurada no dia 30 de junho de 2010 a terceira saída da estação General Osório do Metrô em Ipanema, na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro. O novo acesso, que conta com duas torres com dois elevadores ligando a Rua Barão da Torre ao Morro do Cantagalo, recebeu o nome de Complexo Rubem Braga, em homenagem ao escritor que por anos morou na cobertura do prédio vizinho à estação.
Algumas crônicas:
O Conde e o Passarinho, 1936
O Morro do Isolamento, 1944
Com a FEB na Itália, 1945
Um Pé de Milho, 1948
100 Crônicas Escolhidas, 1958
Ai de Ti, Copacabana, 1960
O Conde e o Passarinho e o Morro do Isolamento, 1961
Crônicas de Guerra - com a FEB na Itália, 1964
A Cidade e a Roça e Três Primitivos, 1964
A Traição das Elegantes, 1967
Crônicas do Espírito Santo, 1984 (Coleção Letras Capixabas)
As Boas Coisas da Vida, 1988
O Verão e as Mulheres, 1990
200 Crônicas Escolhidas
Casa dos Braga: Memória de Infância (destinado ao público juvenil)
Uma fada no front
Histórias do Homem Rouco
O Menino e o Tuim
Recado de Primavera
Um Cartão de Paris
Pequena Antologia do Braga
Além dessas obras, foram várias adaptações, inclusive a Coleção Reencontro Audiolivro - Cirano de Bergerac - Edmond Rostand.
Romance: Casa do Braga
Algumas frases de Rubem Braga:
"As Rosas Exalam o Perfume de Ti, Sinto-te Sempre Respirar. Que seus olhos jamais fiquem tristonhos!!!"
"Há um grande vento frio cavalgando as ondas, mas o céu está limpo e o sol muito claro. Duas aves dançam sobre as espumas assanhadas. As cigarras não cantam mais. Talvez tenha acabado o verão."
"Tudo o que nos separava subtamente falhou."
Bem, meus amigos; espero
que tenham gostado de conhecer Rubem Braga e na próxima semana ele estará
novamente no nosso “Cantinho da Literatura”; dessa vez, apresentando alguns
textos de suas crônicas.
Até a próxima quinta-feira.
Abraços da amiga Janete