quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Graça Aranha


Olá meus queridos amigos e leitores.
Vocês que gostam de uma boa leitura, já ouviram falar do livro “Canaã”?
Ofereço a todos, um trecho desse famoso livro do querido escritor Graça Aranha e em seguida, uma breve biografia para que vocês possam conhecer melhor esse outro gênio da literatura brasileira.


“Não, eu não te fujo doce tristeza! Tu és a reveladora do meu ser, a razão da minha energia, a força do meu pensamento. Sobre ti me reclino, como si foras um insondável e voluptuoso abismo; teu me atraes, e estendo-te os braços nesse doloroso e invencível amor, com que o sonho ama o passado, a morte ama a vida. Antes de te conhecer, pérfida ilusão me entorpecia os sentidos, e a minha frívola existência foi a lúgubre marcha do inconsciente risonho por um caminho de dores. Nesse momento eu ainda te buscava, sol moribundo! No meu rosto se estampava o riso contínuo e fatigante, e ele afastava de mim os homens, para quem a eterna alegria é morte... Mas tu, Tristeza, não estavas longe. Tu te sentaste à minha porta, numa postura de resignação e silêncio. E como esperaste! Um dia a alegria, de cansada, se extinguiu, e então soou para mim a hora da paz  e da calma, entraste. E como desde logo amei a nobreza do teu gesto! Oh! Melancolia! Minha alma é a morada tranquila onde reinas docemente.
A dor é boa, porque faz despertar em nós uma consciência perdida; a dor é bela, porque une os homens. É a liga intensa da solidariedade universal... A dor é fecunda, porque é a fonte do nosso desenvolvimento, a perene criadora da poesia, a força da arte. A dor é religiosa, porque nos aperfeiçoa, e nos explica a nossa fraqueza nativa.
Tristeza! Tu me fazes ir até ao fundo das remotas raízes do meu espírito. Por ti compreendo a agonia da vida; por ti, que és o guia do sofrimento humano, por ti, faço da dor universal a minha própria dor... Que o meu rosto não mais se desfigure pelas viagens do riso cansado e matador; dá-me a tua serenidade, a tua séria e nobre figura... Tristeza, não me desampares... Não deixes que o meu espírito seja a preza da vã alegria... Curva-te sobre mim; envolve-me com o teu véu protetor... Conduz-me, oh! Bemfazeja! Aos outros homens... Tristeza salutar! Melancolia!”
José Pereira da Graça Aranha (São Luís, 21 de junho de 1868 – Rio de Janeiro, 26 de janeiro de 1931) foi um escritor e diplomata brasileiro, e um imortal da Academia Brasileira de Letras, considerado um autor pré-modernista no Brasil, sendo um dos organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922.
Devido aos cargos que ocupou na diplomacia brasileira em países europoeus, ele esteve a par dos movimentos vanguardistas que surgiam na Europa, tendo tentado introduzi-los, à sua maneira, na literatura brasileira, rompenso com a Academia Brasileira de Letras por isso em 1924.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 
Biografia
Nascido em uma família abastada do Maranhão, Graça Aranha graduou-se em direito pela Faculdade do Recife e exerceu cargos na magistratura e na carreira diplomática.
Como diplomata, serviu em Londres, com Joaquim Nabuco, e foi ministro na Noruega, Holanda e na França, onde se aposentou.
Assumiu o cargo de juiz de direito no Rio de Janeiro, ocupando depois a mesma função em Porto do Cachoeiro (hoje Santa Leopoldina), no Espírito Santo. Nesse município ele buscou elementos necessários para criar sua obra mais importante, Canaã. Esta é um marco do chamado pré-modernismo, publicada em 1902, junto com a obra Os Sertões, de Euclides da Cunha.
Graça Aranha apresentou uma visão filosófica e artística assimilada de fontes muito diferentes e às vezes contraditórias.
Participou da Semana de Arte Moderna de 1922, sendo um dos seus organizadores, quando pronunciou o texto A Emoção Estética na Arte Moderna, defendendo uma arte, uma poesia e uma música novas, com algo do “Espírito Novo” apregoado por Apollinaire. Rompe com a Academia Brasileira de Letras em 1924, a qual acusou de passadista e dotada de total imobilismo literário. Ele chegou a declarar “Se a Academia se desvia desse movimento regenerador, se a Academia não se renova, morra a Academia!”.
Obras:
Canaã,1902
Malazarte, 1911
A Estética da Vida, 1921
 Espírito Moderno, 1925
Futurismo (manifesto de Marinetti e seus companheiros), 1926
A Viagem Maravilhosa, 1929
O manifesto dos mundos sociais, 1935
Pensamentos:
“A civilização é uma violência do homem à natureza”
“Aquele que transforma em beleza todas as emoções sejam de melancolia, de tristeza, prazer ou dor, vive na perfeita alegria.”
Graça Aranha
É sempre interessante saber e conhecer mais sobre esses maravilhosos pensadores, escritores brasileiros e uma oportunidade de resgatar as lembranças das boas leituras do nosso tempo de escola, quando a leitura, de obrigatória, passava a ser prazerosa; e dávamos valor a essas obras que enriqueciam nossos conhecimentos e sonhos, viajando nas reflexões dos textos.
Bom dia a todos, e até a próxima quinta feira.
Abraços da amiga Janete

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