Olá meus queridos amigos.
Comemoramos oito anos do nosso blog da amizade, e
conversando com vocês, prometi voltar com mais algumas dicas de português passo
a passo, com ótimas dicas e sugestões do admirável professor Pasquale.
Sim, já faz um tempinho que encerrei a última temporada, mas como promessa é dívida, espero que aproveitem essa oportunidade e esclareçam algumas dúvidas sobre concordância nominal, concordância verbal e crases, com exemplos de alguns casos corriqueiros, como diz o professor.
Para entender melhor, vocês podem revisar alguns exemplos nas postagens anteriores, do "PORTUGUÊS PASSO A PASSO".
Continuando com as dicas de Concordância Nominal, do livro "Português Passo a Passo com Pasquale Cipro Neto" - volume 6.
Vejam esses exemplos:
"Por falar em "meio"...
"...De início, é preciso lembrar que essa palavra pode aparecer com diversos valores e significados. Em "Esse não é o melhor meio de resolver o problema", por exemplo, funciona como substantivo e significa "método", "modo", "maneira".
Em "Comprei meio quilo de feijão", é numeral fracionário e significa "metade de". Nesse caso, concorda em gênero e número com o termo modificado ("duas meias porções", "meia dúzia" etc.) É nesse caso que se enquadram expressões como "meio-dia e meia", duas e meia" etc.
Até aí, nenhum problema
Como vimos a discussão se estabelece quando se usa "meio" com valor de advérbio, com o sentido de "um pouco", "um tanto", "mais ou menos".
Sabe-se que advérbios não costumam apresentar variação de gênero (masculino/feminino) ou de número (singular/plural).
Não se diz, por exemplo, algo como "Aquela mulher está muita cansada", muito menos algo como "Elas pareciam muitas inquietas". Nos dois casos, emprega-se a palavra "muito", que modifica um adjetivo ("cansada" e "inquietas") e, por isso, tem valor de advérbio e não apresenta variação de gênero e de número. Quando modifica um substantivo, "muito" varia ("Havia muitas mulheres na sala").
"Meio" como advérbio
Quando funciona como advérbio, "meio" deveria seguir o mesmo caminho que segue a palavra "muito", ou seja, não deveria variar nos casos em que modifica um adjetivo: "Ela estava meio nervosa". Na língua oral, no entanto, não é o que se costuma verificar; predomina o uso de forma flexionada ("Ela está meia nervosa), o que também se vê em alguns registros clássicos, como este, de Machado de Assis (citado no Aurélio): "A cabeça do Rubião meia inclinada".
No português formal moderno, no entanto, parece mais do que estabelecida a invariabilidade de "meio" quando essa palavra é empregada com valor de advérbio, ou seja, com o sentido de "mais ou menos", "um pouco" etc.
O dicionário Houaiss não menciona o que ocorre nos clássicos e dá estes exemplos de "meio" como advérbio: "Uma tarefa meio acabada"; "Hoje ela acordou meio tristonha". O Guia de Uso de Português, da professora Maria Helena de Moura Neves, diz que, como advérbio, "meio" tem o significado de "um pouco", "um tanto" e "é invariável". Em seguida, o Guia dá dois exemplos (..."eu estava meio indisposta" e " Os óculos de lentes já meio fracas..."), retirados do "corpus" em que se apoia a pesquisa da eminente professora da Unesp.
O Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa, também segue a linha do Houaiss não menciona os clássicos e, a julgar pelo exemplário, dá o advérbio "meio" como invariável.
Em português formal
Bem, quando se trata de língua padrão, parece mais adequado optar por "meio" (no lugar de "meia") em frases como "A economia do país ainda está meio debilitada" ou "A advogada parecia meio confusa".
Então, não são excelentes essas dicas que o professor Pasquale passa nesses exemplos de concordância nominal?
Essas e muito mais, veremos nessa nova temporada de "PORTUGUÊS PASSO A PASSO" no nosso blog da amizade.
Abraços da amiga Janete
Lembra-te sempre: cada dia nasce de um novo amanhecer.