quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Mário Quintana

Olá meus amigos.
Novamente no nosso Cantinho da Literatura, um pouco mais de poesias e pensamentos do nosso querido escritor Mário Quintana para matar as saudades.
Amizade: Amor: Romântico, Superação:
"Fechei os olhos para não te ver e a minha boca para não dizer... E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei e da minha boca fechada nasceram sussurros e palavras mudas que te dediquei... O amor é quando a gente mora um no outro."
"Se tiver de me esquecer, me esqueça. Mas bem devagarinho."
"Esquece todos os poemas que fizeste. Que cada poema seja o número um."
"Se um poeta consegue expressar a sua infelicidade com toda a felicidade, como é que poderá ser infeliz?
"Tão bom morrer de amor e continuar vivendo."
"Entre o olhar suspeitoso da tia e o olhar confiante do cão o menino inventava a poesia..."
"Viajar é mudar o cenário da solidão."
"Nada jamais continua. Tudo vai recomeçar! E sem nenhuma lembrança das outras vezes perdidas."
O eterno espanto:
"Que haverá com a lua que sempre que a gente a olha é com o súbito espanto da primeira vez?"
"Os verdadeiros versos não são para embalar, mas para abalar..."
"Quando duas pessoas fazem amor não estão apenas fazendo amor
Estão dando corda ao relógio do mundo."
"Fere de leve a frase... E esquece... Nada convém que se repita...
Só a linguagem amorosa agrada a mesma coisa cem mil vedes dita."

Do amoroso esquecimento:
"Melancolia - Maneira romântica de ficar triste."
Eu, agora - que desfecho! Já nem penso mais em tí...
Mas será que nunca deixo de lembrar que te esqueci?
Cada pessoa pensa como pode..."
"O mundo do sonho é silencioso como o mundo submarino.
Por isso faz bem sonhar."
"Nós vivemos a temer o futuro, mas é o passado que nos atropela e mata."
"A ironia atinge apenas a inteligência. Inútil desperdiçá-la com os que estão longe do seu alcance.
Contra estes ainda não se conseguiu inventar nenhuma arma. A burrice é invencível."
"Abandonou-te? - Pior ainda! esqueceu-me."
"Todos estes que aí estão atravancando o meu caminho,
Eles passarão... Eu passarinho!"
Qualidade de vida, Pessoas, Vida:
"A alma é essa coisa que nos pergunta se a alma existe."
"Não me ajeito com os padres, os críticos e os canudinhos de refresco: não há nada que substitua o sabor da comunicação direta."
"O tempo é um ponto de vista. Velho é quem é um dia mais velho que a gente..."
"O passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente."
"Quem dera eu achasse um jeito de fazer tudo perfeito, feito a coisa fosse o projeto e tudo já nascesse satisfeito."
"Só as crianças e os bem velhinhos conhecem a volúpia de viver dia a dia, hora a hora, e suas esperanças são breves."
"Sempre me senti isolado nessas reuniões sociais: o excesso de gente impede de ver as pessoas..."

Reflexão, Vida:
"O poema. Essa estranha máscara mais verdadeira do que a própria face."
"A saudade da amada criatura é bem melhor do que a presença dela."
"O futuro é uma espécie de banco ao qual vamos remetendo, um a um, os cheques de nossas esperanças. Ora, não é possível que todos os cheques sejam sem fundo."
"Qual Ioga, qual nada! A melhor ginástica respiratória que existe é a leitura, em voz alta, dos Lusíadas."
"Que importa restarem cinzas se a chama foi bela e alta?"
"O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso."
"Não faças da tua vida um rascunho. Poderás não ter tempo de passá-la a limpo."

Poesia:
"Só se deve beber por gosto: beber por desgosto é uma cretinice."
"Não sei dançar. Minha maneira de dançar é o poema."
"Cada noite que Deus dá meu amor, que está no céu despetala uma estrelinha para ver se ainda o quero..."
"Só a poesia possui as coisas vivas. O resto é necropsia."
"De um autor inglês do saudoso século XIX: O verdadeiro gentleman compra sempre três exemplares de cada livro: um para ler, outro para guardar na estante e o último para dar de presente."
"Qualquer ideia que te agrade, por isso mesmo é tua. O autor nada mais fez que vestir a verdade que, dentro em ti, se achava inteiramente nua."
"Poema - Mas porque datar um poema? Os poetas que põem datas nos seus poemas me lembram essas galinhas que carimbam os ovos..."
"Cada poema é uma garrafa de náufrago jogada às águas... Quem a encontra, salva-se a si mesmo."
"Um bom poema é aquele que nos dá a impressão de que está lendo a gente... e não a gente a ele!"
Despedida, Incentivo, Sabedoria, Saudade:
A morte deveria ser assim: um céu que pouco a pouco anoitecesse e a gente nem soubesse que era o fim..."
"Subnutrido de beleza, meu cachorro-poema vai farejando poesia em tudo, pois nunca se sabe quanto tesouro andará desperdiçado por aí...
Quanto filhotinho de estrela atirado no lixo!"
"Procures me amar quando menos mereço, pois é quando mais preciso."
"A saudade que dói mais fundo e irremediavelmente é a saudade que temos de nós."
"A eternidade é um relógio sem ponteiros."
"Só tu soubeste achar-me... e te foste!

Da mediocridade: - "Nossa alma incapaz e pequenina Mais complacências que irrisão merece.
Se ninguém é tão bom quanto imagina, também não é tão mau como parece."
"O que me impressiona, à vista de um macaco, não é que ele tenha sido nosso passado: é este pressentimento de que ele venha a ser nosso futuro."
O trágico dilema: - "Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro."
Agradecimento a Deus.
"Não importa saber se a gente acredita em Deus: o importante é saber se Deus acredita na gente..."
Da observação: - "Não te irrites, por mais que te fizerem... Estuda, a frio, o coração alheio. Farás, assim, do mal que eles te querem, teu mais amável e sutil recreio..."
Não dá vontade de parar de ler, mas na próxima semana teremos mais.
Até lá...
Abraços da amiga Janete

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Enseada das Garças

Olá meus amigos. Hoje, para vocês, uma curiosa praia do norte do Espírito Santo.
Vocês já conheceram um pouco sobre a Praia Grande, post no início de dezembro; mas nas proximidades dessa praia, está essa que vocês vão conhecer agora e que me deixou curiosa. Parece ser uma praia bem primitiva mesmo, mas muitas pessoas gostam de procurar lugares mais tranquilos, diferentes e aproveitar as belas paisagens desses lugares mais curiosos.
Para quem não curte lugares assim, de qualquer forma, fica aqui mais uma curiosidade do Espírito Santo para vocês.
Abraços da amiga Janete

Enseada das Garças é um bairro do distrito de Praia Grande, no município brasileiro de Fundão, estado do Espírito Santo.
Com areias finas e águas calmas, a Enseada das Garças em Fundão, é destino ideal para curtir uma praia em família. Suas belas castanheiras compõe um recanto aconchegante no local pouco frequentado. A praia possui bares, restaurantes e um camping em suas proximidades.


A 1 km de Praia Grande, sentido Aracruz. Reentrância da costa entre as pontas da Flecheira e Fortaleza. Possui areias finas e compactas e resquícios de recifes bem próximos à praia, cobertos pela água onde restam pequenos arbustos de vegetação de restinga. Seu entorno é coberto em algumas partes por castanheiras, capoeiras e vegetação de restinga que são preservadas pela comunidade local e Prefeitura. Em uma parte da praia está localizado o Porto da Lama pequena enseada formada por duas pontas de arrecifes cobertas por vegetação de restinga, praia de águas mansas, areias grossas com 250 m de extensão, águas claras no verão e turvas no inverno, utilizada como ancoradouro para barcos de pescadores locais. A denominação Porto da Lama foi dada em virtude do fundo de suas águas serem de lama e areia. Apesar de localizar-se apenas a 50 m da rodovia é ainda pouco frequentada e bastante primitiva, cercada por vegetação de restinga, o fundo de suas águas é bastante pedregoso e lamacento, apresentando abundante produção de algas marinhas que são jogadas na areia.
Acesso ao atrativo: rodoviário, parcialmente pavimentado, sinalizado, em bom estado de conservação.
Descrição do acesso utilizado: saindo de Vitória, pela Rodovia BR-101 Norte até o trevo para a Rodovia ES-010, - segue-se então no sentido norte para Nova Almeida.
A praia está localizada logo após Praia Grande.
                                 
  "Confie no Senhor, mesmo nos momentos difíceis.
Os planos dele são melhores que os nossos."




segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Olhe para o alto do Monte Ararate

Olá, meus amigos.
Começando bem a semana de hoje, escolhi um texto extraído do livro "Olhando para os Montes" - Autor: Simonton Araújo e esse texto condiz muito com os tempos de hoje, quando as famílias estão necessitadas de recuperar os seus reais valores.
Um lindo texto para refletirmos durante essa semana.
"O monte Ararate tem 5.300 metros de altura e fica na Mesopotâmia.
A descrição bíblica adapta sua localização na antiga Armênia, que agora faz parte da Turquia moderna, em sua porção oriental.
Ele tem a forma de um cone irregular e está ligado a outro monte, conhecido como Pequeno Ararate, por uma longa cadeia de quase 13 km de extensão.
Andando pela trilha de Gênesis 8:4, encontramos, no alto dele, uma arca. Nela, Noé e sua família reunida, salva do dilúvio, estavam se preparando para sair.
O contexto no qual Noé viveu era de grande corrupção moral, e a família foi o alvo mais alcançado e estraçalhado nesses dias.
Antes de cair um dilúvio de águas sobre a terra durante quarenta dias e quarenta noites, ela, a família, já estava submersa em um dilúvio de atitudes levianas que desestruturaram todos os seus alicerces. E, se essa instituição divina falindo, tudo estava destruído.
Encontrando a arca no Ararate, encontramos Deus se preocupando não apenas com o homem individualmente, mas também investindo no lar de Seus filhos.
A arca de Noé aponta para essa preciosa verdade: um Deus gracioso abençoando "por tabela" os nossos familiares, isto é, usando-nos para sermos um canal de benção dentro da nossa casa.
"Disse o Senhor a Noé: Entra na arca, tu e toda a tua casa, porque reconheço que tens sido justo diante de mim no meio desta geração" (Gênesis 7:1).
Hoje, como nos dias de Noé, a família está correndo risco de ser engolida pela corrupção moral de nossa sociedade.
A rebeldia, o desrespeito, a infidelidade, a falta de carinho e tantos outros ingredientes semelhantes a esses têm perturbado a nossa casa.
Precisamos de socorreo.
Socorro para o casamento, socorro para exercermos com sabedoria a paternidade, socorro para os filhos...
Olhe para o Ararate.
Lá você encontra um Deus que investe e intervém na recuperação da família.
E esse Deus não mudou.
Hoje também Ele pode e quer usá-lo para a recuperação da sua família. Como chamou Noé, Ele chama você para esse ministério.
Não fique esperando pelos outros e dos outros. Tome a iniciativa.
Escrevi o livro "Recuperando os Valores da Família" observando que, na parábola da mulher que possuía dez moedas e perdeu uma (Lucas 15:8-10), ela investe todo esforço até encontrá-la.
Ela varre a casa, acende a luz e procura diligentemente recuperar o valor perdido.
Principalmente no meio das crises em família, olhe para o Monte Ararate.
Não foi fácil e romântico para Noé construir aquela arca e colocar alí a sua família. Foi um trabalho árduo. Mas conseguiu.
Eleve os seus olhos para o Monte Ararate e veja o socorro do Senhor oferecido também a você.
Alí Ele não somente está garantindo uma conclusão feliz no meio do caos, mas está chamando e vocacionando você para ser uma benção dentro do seu lar. E Ele não mudou.
Uma das lições que aprendemos lá em cima é esta: invista, mesmo que pareça uma grande loucura. Invista no seu lar.
Ainda hoje podemos confiar nessa palavra:
"...Crê no Senhor Jesus
e serás salvo, tu e tua casa".
(Atos 16:31)"
Uma ótima semana a todos.
Abraços da amiga Janete

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

O ÁRABE E O JUDEU

Olá, meus amigos.
Vamos descontrair um pouco? Então, vai uma piadinha legal!


O árabe vai à loja do judeu para comprar sutiãs pretos.
O judeu, pressentindo bons negócios, diz que são raros e poucos e vende por 40 euros cada um.
O árabe compra 6, e volta alguns dias depois querendo mais duas dúzias.

O judeu diz que as peças vão ficando cada vez mais raras e vende por 50 euros a unidade.

Um mês mais tarde, o árabe compra o que resta por 75 euros cada.

O judeu, encucado, lhe pergunta o que faz com tantos sutiãs pretos.

Diz o árabe:
- Corto o sutiã em dois, faço dois chapeuzinhos e vendo para os judeus por 100 euros cada.

FOI AÍ QUE A GUERRA COMEÇOU...
Gostaram? De vez em quando é necessário uma distração...
Abraços da amiga Janete

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Recordando Ferreira Gullar

Olá, meus amigos.
Para que vocês possam relembrar alguns homenageados no nosso blog da amizade em 2013, até o final deste mês, teremos alguns pensamentos, textos e poesias sobre esses queridos escritores e poetas brasileiros.
No próximo mês, seguirei com os novos escritores.
Abraços da amiga Janete.


"Só mesmo um personagem como este (Dom Quixote) e uma história como esta, para nos exporem à nossa própria e invencível contradição: queremos a sensatez que nos protege, mas não resistimos à loucura que arrebata. E, por isso, inventamos a arte, que nos permite experimentar a loucura sem correr o risco de irmos parar num hospício."
(Ferreira Gullar em comentário sobre Dom Quixote de la Mancha)
"Do mesmo modo que te abriste à alegria
abre-te agora ao sofrimento
que é fruto dela
e seu avesso ardente.
Do mesmo modo
que da alegria foste
ao fundo
e te perdeste nela
e te achaste
nessa perda
deixa que a dor se exerça agora
sem mentiras
nem desculpas
e em tua carne vaporize
toda ilusão
que a vida só consome
o que a alimenta."
Ferreira Gullar.
"Aqui me tenho como não me conheço nem me quis, sem começo nem fim. Aqui me tenho
sem mim, nada lembro, nem sei."
"Mas essa é a natureza do amor, comparável à do vento: fluido e arrasador."
"Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela n ão saiba."
"Uma parte de mim é só vertigem: outra parte, linguagem."
Ferreira Gullar


terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Mestre Álvaro


 Olá meus queridos amigos.
Mais uma curiosidade muito legal para vocês. Hoje vamos conhecer um pouco sobre esse monte lindo, que faz parte das belezas capixabas.
Sempre olho as fotos “Beleza Capixaba”, postadas pelo meu amigo Marcos Piccin, e fica sendo uma das minhas fontes inspiradoras para “Curiosidades do Espírito Santo”, do nosso blog da amizade.
Sou muito fã desse Monte, pois o aprecio há muitos anos, todos os dias, pela janela e varanda da minha casa. É uma vista privilegiada, e o Mestre Álvaro funciona como “previsão do tempo”, pois quando está formando nuvens sobre ele, que chamamos de “chapéu do Mestre Álvaro”, é sinal de chuva; e funciona sempre.

De uns tempos para cá, não temos a vista completa, pois construíram um galpão, que cobriu uma parte dessa linda paisagem, mas dá para ver boa parte dele, inclusive o “chapéu” avisando do tempo, rss.
Podem curtir o Mestre Álvaro. 
Abraços da amiga Janete



O Mestre Álvaro é um dos monumentos naturais mais marcantes da Serra. Com seus 833 metros de altitude, domina a planície litorânea, expondo seus contornos a deleite de quem o aprecia de longe e oferecendo seu rico ecossistema à preservação ambiental.
O Mestre Álvaro é considerado uma das maiores elevações litorâneas da costa brasileira e abriga uma das últimas áreas de Mata Atlântica de altitude do Estado. O governo do Estado em 1977, criou o Parque Florestal e a Reserva Ecológica Mestre Álvaro. O parque compreende uma área aproximada de 3.470 hectares, estando assegurada por Lei a proteção integral da fauna, da flora e demais recursos naturais, com utilização para objetivos educacionais, científicos, recreativos e turísticos.
Os antigos moradores da Serra contam que o Mestre Álvaro recebeu este nome porque ali morava um mestre de carpintaria, ou professor, de nome Álvaro e sempre que alguém desejava algum serviço dele, dizia: "Vou no Morro do Mestre Álvaro".
Outros explicam que ele serve de orientação para pescadores, que se sentem seguros de seguirem pelo mar até que mantenham ao alcance dos olhos do topo do mesmo, que chamam de "Mestre Álvaro".
O Mestre Álvaro é um maciço granítico que, devido à sua altura e posição, tem servido à navegação marítima há séculos. Ele é citado em documentos cartográficos do século XVI. É considerado um dos picos mais altos da região costeira brasileira. Possui um bosque rico em fauna e flora nativas e algumas cavernas.
                                        
Detalhamento do acesso mais utilizado:
Siga pela BR 101 até o trevo de acesso à Serra-Sede, a partir deste ponto trafegue pela Rua Jones dos Santos Neves até a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição. Passe pelo cemitério e Colégio Clóvis Borges Miguel e pegue a estrada de terra até o Clube Floresta Mestre Álvaro, seguindo o restante a pé por trilhas.                                    
                                                   Fonte: Prefeitura Municipal da Serra.
 Mestre Álvaro visto da minha casa

"Venho do fundo das eras quando o mundo mal nascia...
Sou tão antigo e tão novo como a luz de cada dia!"
Mário Quintana

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Antônio Prata


 l     Olá, meus amigos leitores do “Cantinho da Literatura”
Hoje vamos iniciar com um dos melhores textos, dos melhores escritores – “Pra Lua” e a seguir, vocês vão saber um pouco sobre esse escritor brasileiro, homenageado aqui no nosso blog da amizade.
O texto não é pequeno, mas envolvente e para quem gosta de uma boa leitura, vai valer à pena.

     Pra Lua 
©    Projeto Releituras
Arnaldo Nogueira Jr
28/01/2014 - 21:02:10

           "Não foi assim logo de cara. Claro, seu Julião e dona Neuza já tinham reparado numa coincidenciazinha aqui, uma sorte acolá, mas só foram perceber que Julinho tinha mesmo um dom especial no verão de 1984, em Caraguatatuba, assim que o moleque acabou de chupar o quinto picolé, de manga.

Quinze minutos antes, ao acabar o primeiro sorvete, um Fura-bolo, Julinho pulou de alegria: o palito viera premiado, dando direito a mais um. Até aí, nada de mais... Acontece que o segundo sorvete (um Esquimó) também dava direito a outro, assim como o terceiro (de coco), o quarto (tangerina) e provavelmente todos os que chupasse se, no quinto picolé — a barriga do garoto já estava parecendo uma tela do Pollock, tantas as gotas de diversas cores que escorriam em direção à sunga verde-limão—, o sorveteiro não tivesse dado com a tampa de isopor em sua cabeça e saído soltando os palavrões mais cabeludos, cujos significados Julinho só viria a descobrir muitos anos mais tarde, na perua do colégio, numa tarde de maio — o que não vem, absolutamente, ao caso.

O que nos interessa é que nessas férias Julinho ganhou três quilos e o respeito de toda a criançada de Caraguá, com quem trocava os palitos premiados por pipas, baldinhos de areia, favores e até uma bicicleta com buzina, cestinha e farol. (A bicicleta, infelizmente, teve que ser devolvida assim que uma mãe apareceu no guarda-sol da família, trazendo um filho choroso numa mão, 45 palitos premiados na outra e exigiu a anulação da troca.)

Apesar de já saberem que ali tinha coisa, foi só quando Julinho estava na quinta série, na época que surgiram as Raspadinhas, que seus pais realmente se deram conta do potencial econômico de seu dom. Enquanto a maioria dos mortais gastava tubos do dinheiro naqueles cartões lotéricos e, na melhor das hipóteses, ganhava 50 centavos — gastos em mais uma Raspadinha que, claro, não dava em nada —, Julinho sempre tirava a sorte grande: era só raspar a camada prateada e sair pro abraço.

Em alguns meses, a família comprou uma cobertura, casa na praia, carro importado e jet ski. Não fosse o processo promovido pela Associação Brasileira dos Donos de Casas Lotéricas — que deu queixa na polícia dos prejuízos causados pelo gordinho que aparecia sempre chupando um picolé, comprava uma Raspadinha e limpava os caixas dos estabelecimentos — e a família, em pouco tempo, entraria nas listas das mais ricas do Brasil.

Em entrevista ao vivo no programa do Gugu, logo após serem absolvidos no processo — com o acordo de que Julinho jamais jogasse em qualquer tipo de loteria federal —, seu Julião, o pai, disse que não tinha truque nenhum: "O garoto é assim, desde pequeno: rabudo. Pede par, sai quatro, ímpar, dá cinco e, no amigo secreto do Natal, sempre é tirado pelo tio Leôncio, meu cunhado, que dá os melhores presentes." Dona Neuza, a mãe, acrescentou orgulhosa: "Hum-hum..,"

Desde o lance das Raspadinhas, seu Julião e dona Neuza já não trabalhavam: como os pais de um craque ou de um desses cantores mirins, dedicavam-se exclusivamente a desenvolver o talento do filho. Passavam o dia colocando tampas de margarina e embalagens de chocolate em envelopes e respondendo a perguntas tipo “qual é o sabão que deixa limpão"; "a bateria que nunca arria"; "o refrigerante que faz splash" ou "o absorvente da executiva moderna". Toda manhã, antes de ir para a escola, Julinho punha as cartas no correio: eram casas, caiaques, home theatres, férias em estâncias hidrominerais, fins de semana em hotéis-fazenda, um ano de supermercado grátis e outros prêmios que não acabavam mais.

Dona Neuza pôs botox, silicone, clareou os cabelos e entrou numas de Feng-Shui; seu Julião fez implante capilar, montou um bar espelhado na sala da cobertura e fazia churrasco todos os domingos; Julinho tinha um minibugue, fã-clube, todos os bonequinhos dos Comandos em Ação, Passaporte da Alegria vitalício no Playcenter e a Tilibra estava prestes a lançar uma linha de cadernos com sua foto na capa.

Apesar de todo o sucesso, Julinho estava entediado. Não havia nada que quisesse que não conseguisse: quando jogava futebol, para qualquer lugar que chutasse, a bola entrava; todo dia tropeçava com carteiras cheias de dinheiro e, quando ficava doente e perdia uma prova na escola, o professor faltava. Era muito fácil. Além do quê, não agüentava mais chupar picolé. Sem uma dificuldade, por menor que fosse, um empecilhozinho qualquer, as coisas perdiam a graça. Andando de lá para cá com seu minibugue pelas ruas do condomínio, Julinho lamentava: "Se ao menos eu tivesse que preencher algum formulário, ou pagar uma mensalidade, ou fazer duzentas abdominais toda manhã, eu sentiria que estou tendo algum trabalho, mas assim, do nada, não tem graça!". Tudo o que ele queria, como sempre nesse tipo de história, era ser como as outras crianças. Mas como?

Foi por acaso, caminhando pelo Centro de São Paulo, num dia desses em que o céu cinza parece apenas a metáfora que um escritor previsível criou para espelhar a nossa nublada configuração interna, que Julinho deu de cara com o lugar mais impressionante que seus olhos já haviam visto, um mercado onde se podiam encontrar ovos de dinossauros vietnamitas, videocassetes chineses, múmias maias, DVDs pornográficos da Hungria, parentes distantes, lança-mísseis russos e até amor verdadeiro — a galeria Pajé. E foi ali, entre um Rolex falsificado e um cachorrinho de pelúcia (que era ao mesmo tempo dicionário eletrônico, liquidificador e chapinha para cabelos), que Julinho encontrou a lâmpada árabe. Haddad, o vendedor, garantiu que a preciosidade era do século XIII e havia sido roubada pessoalmente do Museu de Bagdá, durante a invasão americana. Julinho, contando, como sempre, com a própria sorte, não vacilou.

Assim que chegou em casa e começou a lustrar a lâmpada com a manga da camisa, o ambiente encheu-se de fumaça, ouviu-se uma explosão e, depois de uma chuva de purpurina e lantejoulas, lá estava ele, translúcido e obeso, pairando a um metro do chão: o gênio da lâmpada!

— Ó amo querido, me libertaste da terrível prisão! Como recompensa, concedo-te três pedidos. Diz-me apenas quais são teus desejos e logo os satisfarei!

Julinho nem pestanejou:

— Primeiro eu queria ser como os outros, não ter tanta sorte: me dar bem às vezes, mal em outras, ter que me esforçar para conseguir o que quero. Segundo, já que a sorte me abandonará, quero apenas garantir uma regalia: que todas as mulheres que posam para a Playboy queiram fazer sexo comigo até o fim da vida. Terceiro, desde criança que penso nisso: por que chamam esse objeto dourado de lâmpada, se ele mais parece um bule?

O gênio, com aquela cara séria e atenta que gênio faz nessas horas, respondeu:

— Meu amo: teus desejos são uma ordem!

Mais fumaça, mais chuva de purpurina e lantejoulas e, quando tudo se acalmou, no lugar que antes o gênio sobrevoava, havia um bilhete:

“Caro amo, temo avisar-te que ocorreu uma falha na execução de teus desejos. Acontece uma vez a cada mil anos o que nós, gênios da lâmpada, chamamos de paradoxo retroativo. Teu primeiro desejo foi imediatamente aceito e teu azar, portanto, começou ali mesmo, fazendo com que os efeitos desse gênio não tenham efeito nenhum. Em outras palavras: tudo continuará como antes, tu continuarás sortudo. Se fizeres sexo com playmates ou descobrires por que esse bule é uma lâmpada será porque nasceste virado para a lua, não por conta de meus serviços. Agora, devo ir-me, haverá uma convenção de gênios da lâmpada no Rotary Club de Ribeirão Preto e não posso perdê-la por nada. Adeus e obrigado."

Julinho, desesperado, resolveu jogar a toalha. E a toalha, no caso, era ele mesmo: olhou seu quarto pela última vez, derramou uma lágrima de despedida e saltou pela janela da cobertura. Enquanto caía, pensava no infortúnio de não ter nenhum infortúnio, na desgraça da graça a ele concedida e, sabe-se lá por quê, num short amarelo de que gostava muito quando era pequeno.

Vinte e cinco andares e sete segundos depois, para surpresa dos pedestres, lá estava ele, vivo e consciente, estatelado sobre uma Kombi azul. Naquele momento, ainda zonzo por causa da queda e surdo com o esporro do japonês, que reclamava dos estragos causados ao veículo e perguntava como era que ele ia fazer agora para trazer o shimeji de Cotia todo dia, Julinho compreendeu sua sina: era imortal, sortudo demais para morrer.

Uns dizem que foi o tombo, outros comentam que a coisa já vinha de longe, que ele sempre teve um parafuso a menos, mas o fato é que todo dia, desde o salto, Julinho tenta, inutilmente, tirar a própria vida. Depois de beber cianeto (estava vencido), cortar os pulsos (a faca quebrou), enforcar-se (a árvore tombou) e tentar todos os outros métodos conhecidos e desconhecidos de suicídio — chegou até a alimentar-se por uma semana só de detergente de maçã —, Julinho perdeu de vez o juízo. Vaga doido pelo mundo, magro, descalço e barbudo. De vez em quando, engole espadas, caminha sobre brasas, deixa jamantas passarem por cima de seu corpo e faz cooper em campos minados de Angola, sempre em vão. Para piorar, uma multidão de fiéis o segue aonde vá, acreditando ser a volta de Jesus à Terra. Alguns rabinos discutem se é ou não o messias, as playmates não lhe dão sossego e produtores de televisão ligam todo dia, insistindo em fazer um documentário para o Discovery Channel.

Agora, por exemplo, Julinho está em Foz do Iguaçu, chorando arrependido da remota manhã em que foi pedir aquele maldito Fura-bolo em Caraguatatuba. Em instantes se atirará do alto da mais alta das cataratas — de onde será resgatado, alguns minutos depois, vivo e limpinho, pelos bravos homens do Corpo de Bombeiros do Brasil."



CONHECENDO UM POUCO O ESCRITOR:

     Antonio Prata (24/08/1977) é paulista e tem os seguintes livros publicados: "Cabras, Caderno de Viagem", com Paulo Werneck, Chico Matoso e Zé Vicente da Veiga, "Douglas e outras histórias", “As pernas da tia Corália” ,"Estive pensando" e "O inferno atrás da pia".

Fernando Morais, escritor reconhecido no Brasil e no exterior, assim se manifestou sobre “Douglas": ”... Seria um livro de contos? De ensaios? De reflexões sobre o mundo? Não sei dizer. O que eu sei é que é um dos mais espirituosos e divertidos livros que li nos últimos tempos. Não me pejo, assim, de (mais uma vez?) valer-me da fantasia de Ruy Castro: aconselho-os a acompanhar a carreira do jovem escritor Antonio Prata. Ele tem espantoso futuro. Continuem lendo e observando-o". E termina:"Pela qualidade do texto, fica dispensado o teste do DNA: Antonio é mesmo filho de Marta Góes e de Mario Prata".

Da página 37 do livro "O inferno atrás da pia", Editora Objetiva - Rio de Janeiro, 2004, extraímos o texto acima.



Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Antonio Prata (São Paulo, 24 de agosto de 1977) é um escritor e roteirista brasileiro.
Filho dos também escritores Mário Prata e Marta Góes, cursdou Filosofia (na USP), Cinema (FAAP) e Ciências Sociais (PUC-SP), mas não chegou a concluir nenhuma das faculdades. Escreve aos domingos no caderno Cotidiano da Folha de São Paulo e é roteirista contratado pela Rede Globo, onde colaborou na novela Avenida-Brasil, de João Emanuel Carneiro.
Escreveu crônicas para a revista Capricho entre 2001 e 2008 e também para o jornal O Estado de São Paulo, entre 2003 e 2009.
Foi um dos 16 participantes do projeto Amores Expressos, passando um mês em Xangai para escrever um romance, até hoje não publicado.
Em novembro de 2013, publicou o livro de crônicas semi-memorialísticas Nu, de botas, pela editora Companhia das Letras.
Pensamentos de Antônio Prata
"...Eu poderia contar outras histórias, mais felizes e intensas, mas não valeria à pena. Nós inflacionamos a felicidade. Ela está por aí, gasta, em propagandas de Campari, em outdoors de pasta de dentes, em livros, filmes, melodias e novelas das seis. Nenhuma felicidade real chega aos pés dessa que criamos. A única felicidade possível, acredito, é a promessa de felicidade. Já não há mais espaço para happy ends. Só para happy beginings. Esse é o meu..."
Antônio Prata
"Feliz ou infelizmente para homo ou heterossexuais não há livre arbítrio nas coisas do coração. Não elegemos \ pessoa por quem nos apaixonamos. Apenas descobrimos, com as pernas bambas, as mãos suadas, a boca seca, o coração acelerado e uma flecha no peito, dizendo que é aquela ou aquele ali que queremos debaixo dos nossos lençóis.
Antônio Prata.
"Se tivermos o cuidado e sorte - sobretudo, talvez, sorte - quem sabe, dê certo? Não é fácil. Tampouco impossível. E se existe essa centelha quase palpável, essa esperança intensa que chamamos de amor, então não há nada mais sensato a fazer do que soltarmos as mãos dos trapézios, perdermos a frágil segurança de nossas solidões e nos enlaçarmos em pleno ar. Talvez nos esborrachemos. Talvez saiamos voando. Não temos como saber se vai dar certo - o verdadeiro encontro só se dá ao tirarmos os pés do chão - mas a vida não tem nenhum sentido se não for para dar o salto.
Antônio Prata.

Das obras de Antônio Prata, deixo para vocês, duas sinopses:
    
O INFERNO ATRÁS DA PIA.
"'O Inferno Atrás da Pia' reúne 19 contos. O autor associa o culto ao deboche com uma peculiar aptidão para olhar tudo, sem pressa ou juízo de valor. Antônio Prata também se mostra à vontade ao brincar com o inverossímel - no conto 'O Esquema Pesque & Pague' autores do calibre de Rubem Fonseca, João Ubaldo Ribeiro, Millôr Fernandes e Luís Fernando Veríssimo, são descobertos numa fraude literária. 'Sentou no chiuaua e foi ao cinema' apresenta o único ser humano protagonista de todas as lendas urbanas existentes.
MEIO INTELECTUAL, MEIO DE ESQUERDA.
Um sofá encalhado no mangue, uma coifa uruguaia, os trocadilhos nos nomes dos pet shops, o bairro de Perdizes, o jogador Ronaldo, os mictórios cheios de gelo dos restaurantes, o salto mortal sem rede que o amor exige dos apaixonados, a casa de um morador de rua, um sorvete de cheesecake, o barulho das marretadas de um apartamento em reforma - eis alguns dos temas de 'Meio Intelectual, Meio de Esquerda', o livro de crônicas de Antônio Prata.
Gostaram? Tenho certeza que sim, e, para quem gostou de Antônio Prata, pesquisem, vocês vão saber e gostar ainda mais desse jovem e respeitado escritor brasileiro.
Fica aqui mais uma sugestão.
Abraços da amiga Janete





terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Praia de Rio Preto

No início de dezembro, vocês conheceram a Praia Grande, que faz parte do município de Fundão, mas bem próximo dali, a mais ou menos 3 km, fica um lugar bem curioso, na foz do rio Preto, com limite entre Fundão e Aracruz, que é a Praia do Rio Preto.
Vamos saber mais sobre esse lugar?
Praia do Rio Preto
Localização: No Distrito de Praia Grande, a 90 km da sede de Fundão. Localizada na desembocadura do Rio Preto, no limite entre os municípios de Fundão e Aracruz.
Descrição: Praia com areias finas e compactas, ladeada por vegetação de restinga e castanheiras. Apresenta ondas altas, sendo indicada para a prática de surf.

No local ocorre desovas de Tartarugas Marinhas que são monitoradas pela comunidade local e pelo Projeto TAMAR, na foz do Rio Preto há arrecifes que propiciam o mergulho submarino. A praia do Rio Preto é pouco frequentada e guarda características primitivas, apesar de estar a apenas 30 m da rodovia ES 010, no local a Prefeitura e a comunidade local está desenvolvendo projetos de preservação e educação ambiental.
Acesso ao atrativo: rodoviário, parcialmente pavimentado, sinalizado, em bom estado de conservação.
Descrição do acesso utilizado: saindo de Vitória pela Rodovia BR-101 Norte até o trevo para a Rodovia ES-010, segue-se então no sentido norte para Nova Almeida.
A praia está localizada logo após Praia Grande.
Eu tenho insistido no litoral, aproveitando esse verão literalmente quente; e o prazer de falar sobre as curiosidades do Espírito Santo, junta-se com a grande oportunidade de divulgar e sugerir belas praias para quem ainda não as conhece.
No último dia 25, no sábado, o programa Em Movimento destacou a Praia Grande, inclusive a Praia de Costa Azul, como a última praia do litoral de Fundão; a repórter Lorena, destacou também a curiosidade sobre o rio preto; "... nos deparamos com um visual diferente. É que por lá a água do mar se mistura com a do rio preto. A água é escura, mas é tudo natural. Vale à pena conhecer. Veja só!", disse .


Então, fica mais essa sugestão e em breve, teremos, além do litoral, outras curiosidades do Espírito Santo.
Abraços da amiga Janete.
"Se alguém quiser o teu mal e por acaso te ferir, não se deixe abalar e sorria; ser feliz é a melhor vingança."
Augusto Branco




segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Amem-se uns aos outros

Olá, meus queridos amigos.
Estamos iniciando mais uma semana e hoje, segunda-feira, não é “o dia da preguiça”, como muitos dizem por aí; ao contrário, é o dia de voltar às atividades do trabalho, dos estudos, enfim, é o dia em que precisamos realmente agradecer pela oportunidade do recomeço; por termos passado um final de semana com rotinas diferentes, eu diria que é um cansaço diferente, relaxante ou não, divertido ou não, mas foge da correria da semana, das responsabilidades maiores que as funções de cada um exigem.
Então, para começar bem a semana, resolvi a partir de hoje, postar mensagens reflexivas e que vão naturalmente estimular essa volta às atividades da semana, agradecendo por estarmos nessa estrada de luta, por sermos úteis fora ou dentro de nossas casas e acima de tudo, fortalecendo a nossa fé e esperança pela vida e que embora estejamos mais desanimados e cansados, uma boa mensagem de incentivo com certeza vai nos estimular bastante.
Essas mensagens serão extraídas de alguns livros religiosos, como Kairós, Ágape, Presente Diário, Buscai as Coisas do Alto e outros mais. Tenho certeza de que serão úteis a todos os leitores e depois, refletir é sempre bom, orar é essencial e levar a palavra e os ensinamentos de Jesus, é uma forma sublime de evangelizar.
Para começar bem a semana - tirei do livro Presente Diário 'rtm – Rádio Trans Mundial', (que ganhei da minha grande amiga Édna), um texto explicativo – Amor - Leitura Bíblica: 
João 13.31-38.
“Um novo mandamento lhes dou: amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros.” – (Jo 13.34).
“Perto do final de sua vida, Jesus tem um encontro muito especial com seus discípulos. Afirma que estaria só pouco tempo com eles. De fato, seria a última noite de sua vida. Pouco depois ele seria preso e julgado, e crucificado no dia seguinte. Isso leva Jesus a tratar algumas coisas importantíssimas com seus seguidores.
Ele afirma ter um novo mandamento para eles: o mandamento do amor. Entretanto, não é algo propriamente novo: já o Antigo Testamento ordenava amar o próximo como a si mesmo (Lv 19.18), e Jesus ratificou esse mandamento em várias ocasiões.
O que então há de novo nele? Talvez a forma como se deveria amar. Primeiramente, poderíamos dizer que não era como Judas amava Jesus, pois naquela mesma noite ele trairia seu Senhor. Com certeza também não era como Pedro, pois pouco depois daquele encontro ele negaria Jesus três vezes. Sem sombra de dúvida também não era com o restante do grupo de discípulos amava, pois no momento mais difícil da vida de Jesus, enquanto estava sendo preso, todos o abandonaram.
Como então deveria ser este amor de que Jesus estava falando?
Ele afirma que seus discípulos deveriam amar como ele mesmo amou. Esta é a diferença, a novidade do seu mandamento: amar como Jesus amou. Quando se pergunta como Jesus amou, geralmente nos lembramos de que ele morreu em nosso lugar. Mas vale lembrar que, no momento em que Jesus institui este novo mandamento, ele ainda não havia morrido. Isso só acontece no capítulo 19 de João. Ou seja, Jesus já havia provado seu amor ainda antes de sua morte – buscando por meio de tudo o que dizia e fazia o benefício das pessoas com quem tratava. É a disposição de sempre servir ao próximo sem esperar retorno. Isso nos ensina uma grande verdade: não espere morrer para mostrar seu amor às pessoas que estão ao seu redor! 
Claiton André Kunz
Ijuí/RS
Ame simplesmente como Jesus amou.
Uma ótima semana a todos, e até a próxima mensagem de otimismo “para começar bem a semana”.

Abraços da amiga Janete

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Chico Buarque

Olá, meus queridos amigos.
Hoje, ouvindo um cd de Chico Buarque, pensei: Por que não? Por que não fazer uma homenagem a esse cantor tão conhecido e querido, no nosso “Cantinho da Literatura”?
É claro que não tenho condições de passar para vocês toda biografia desse gênio da MPB, mas como escritor, quero registrar nesse espaço, alguns de seus pensamentos e um trechinho do seu famoso livro “Leite Derramado”.
Muitos não conhecem esse lado escritor de Chico Buarque e o nosso blog da amizade é para levar até vocês, um “esboço” das obras e uma pequena pesquisa biográfica dos nossos queridos escritores brasileiros, instigando a curiosidade para uma pesquisa mais extensa, caso seja do interesse de cada leitor.
Um rápido resumo:
Francisco Buarque de Hollanda, mais conhecido como Chico Buarque, (Rio de Janeiro, 19 de junho de 1944), é um músico, dramaturgo e escritor brasileiro. É conhecido por ser um dos maiores nomes da música popular brasileira (MPB). Sua discografia conta com aproximadamente oitenta discos, entre eles discos-solo, em parceria com outros músicos e compactos.
Em 2 de dezembro de 2012, foi confirmado por Miguel Faria, um documentário, do qual apresentará um show de Chico, organizado para a produção, mesclado com depoimentos dele e de outros nomes da música nacional, além de encenações com personagens das canções mais famosas do artista.
Início de carreira:
Chico Buarque chegou a ingressar no curso de Arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU) em 1963. Cursou dois anos e parou em 1965, quando começou a se dedicar à carreira artística. Neste ano, lançou Sonho de Carnaval, inscrita no I Festival Nacional de Música Popular Brasileira, transmitida pela TV Excelsior, além de Pedro Pedreiro, música fundamental para experimentação do modo como viria a trabalhar os versos, com rigoroso trabalho estilístico morfológico e politização, mais significativamente na década de 1970. A primeira composição séria, Canção dos Olhos, é de 1961.

Festivais de MPB na década de 1960.


No festival de 1967 faria sucesso também com Roda Viva, interpretada por ele e pelo grupo MPB-4 – amigos e intérpretes de muitas de suas canções. Em 1968, voltou a vencer outro Festival, o III Festival Internacional da Canção da TV Globo. Como compositor, em parceria com Tom Jobim, com a canção Sabiá. Mas desta vez a vitória foi contestada pelo público, que preferiu a canção que ficou em segundo lugar: Prá não dizer que não falei de flores, de Geraldo Vandré.
A participação no Festival, com a Banda, marcou a primeira aparição pública de grande repercussão apresentando um estilo amparado no movimento musical urbano carioca da Bossa Nova, surgido em 1957. Ao longo da carreira, o samba e a MPB também seriam estilos amplamente explorados.
Seria muito bom falar um pouco sobre a Trilha-sonora e adaptações de livros; Teatro e literatura, a polêmica sobre o Prêmio Jabuti, os Programas televisivos, Crítica ao Regime Militar do Brasil e também sobre os Intérpretes de Chico Buarque e seus parceiros, mas vou deixar para que vocês busquem com carinho esses relatos sobre esse artista que merece o nosso respeito e toda homenagem não seria suficiente; sem contar com as grandes obras teatrais.
Obra teatral:
Em 1965, a pedido de Roberto Freire, diretor do Teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (TUCA), na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Chico musicou o poema Morte e Vida Severina de João Cabral de Melo Neto, para a montagem da peça. Desde então, sua presença no teatro brasileiro tem sido constante.
Roda viva, Calabar, Gota d’água, Ópera do malandro, O Grande Circo Místico (Inspirado no poema do modernista Jorge de Lima, Chico e Edu Lobo compuseram juntos a canção homônima para este espetáculo, que estreou em 17 de março de 1983. Durante os dois anos seguintes, viajaram o país apresentando este que foi um dos maiores e mais completos espetáculos já realizados. Um disco coletivo foi lançado pela Som Livre para registrar a obra, com interpretações de grandes nomes da MPB.)
Além da Discografia e Videografia, apresentando outros trabalhos, como livros, peças e filmes.
Livros: Fazenda Modelo, Chapeuzinho Amarelo, A bordo do Rui Barbosa (ilustrações de Vallandro Keating) Estorvo (primeiro romance), Benjamim, Budapeste e Leite Derramado.
 Trecho de Leite Derramado, de Chico Buarque

"Quando eu sair daqui, vamos nos casar na fazenda da minha feliz infância, lá na raiz da serra. Você vai usar o vestido e o véu da minha mãe, e não falo assim por estar sentimental, não é por causa da morfina. Você vai dispor dos rendados, dos cristais, da baixela, das joias e do nome da minha família. Vai dar ordens aos criados, vai montar no cavalo da minha antiga mulher. E se na fazenda ainda não houver luz elétrica, providenciarei um gerador para você ver televisão. Vai ter também ar condicionado em todos os aposentos da sede, porque na baixada hoje em dia faz muito calor. Não sei se foi sempre assim, se meus antepassados suavam debaixo de tanta roupa. Minha mulher, sim, suava bastante, mas ela já era de uma nova geração e não tinha a austeridade da minha mãe. Minha mulher gostava de sol, voltava sempre afogueada das tardes no areal de Copacabana. Mas nosso chalé em Copacabana já veio abaixo, e de qualquer forma eu não moraria com você na casa de outro casamento, moraremos na fazenda da raiz da serra. Vamos nos casar na capela que foi consagrada pelo cardeal arcebispo do Rio de Janeiro em mil oitocentos e lá vai fumaça. Na fazenda você tratará de mim e de mais ninguém, de maneira que ficarei completamente bom. E plantaremos árvores, e escreveremos livros, e se Deus quiser ainda criaremos filhos nas terras de meu avô. Mas se você não gostar da raiz da serra por causa das pererecas e dos insetos, ou da lonjura ou de outra coisa, poderíamos morar em Botafogo, no casarão construído por meu pai. Ali há quartos enormes, banheiros de mármore com bidês, vários salões com espelhos venezianos, estátuas, pé-direito monumental e telhas de ardósia importadas da França. Há palmeiras, abacateiros e amendoeiras no jardim, que virou estacionamento depois que a embaixada da Dinamarca mudou para Brasília. Os dinamarqueses me compraram o casarão a preço de banana, por causa das trapalhadas do meu genro. Mas se amanhã eu vender a fazenda, que tem duzentos alqueires de lavoura e pastos, cortados por um ribeirão de água potável, talvez possa reaver o casarão de Botafogo e restaurar os móveis de mogno, mandar afinar o piano Pleyel da minha mãe. Terei bricolagens para me ocupar anos a fio, e caso você deseje prosseguir na profissão, irá para o trabalho a pé, visto que o bairro é farto em hospitais e consultórios. Aliás, bem em cima do nosso próprio terreno levantaram um centro médico de dezoito andares, e com isso acabo de me lembrar que o casarão não existe mais. E mesmo a fazenda na raiz da serra, acho que desapropriaram em 1947 para passar a rodovia. Estou pensando alto para que você me escute. E falo devagar, como quem escreve, para que você me transcreva sem precisar ser taquígrafa, você está aí? Acabou a novela, o jornal, o filme, não sei por que deixam a televisão ligada, fora do ar. Deve ser para que esse chuvisco me encubra a voz, e eu não moleste os outros pacientes com meu palavrório. Mas aqui só há homens adultos, quase todos meio surdos, se houvesse senhoras de idade no recinto eu seria mais discreto. Por exemplo, jamais falaria das putinhas que se acocoravam aos faniquitos, quando meu pai arremessava moedas de cinco francos na sua suíte do Ritz. Meu pai ali muito compenetrado, e as cocotes nuinhas em postura de sapo, empenhadas em pinçar as moedas no tapete, sem se valer dos dedos. A campeã ele mandava descer comigo ao meu quarto, e de volta ao Brasil confirmava à minha mãe que eu vinha me aperfeiçoando no idioma. Lá em casa como em todas as boas casas, na presença de empregados os assuntos de família se tratavam em francês, se bem que, para mamãe, até me pedir o saleiro era assunto de família. E além do mais ela falava por metáforas, porque naquele tempo qualquer enfermeirinha tinha rudimentos de francês. Mas hoje a moça não está para conversas, voltou amuada, vai me aplicar a injeção. O sonífero não tem mais efeito imediato, e já sei que o caminho do sono é como um corredor cheio de pensamentos. Ouço ruídos de gente, de vísceras, um sujeito entubado emite sons rascantes, talvez queira me dizer alguma coisa. O médico plantonista vai entrar apressado, tomar meu pulso, talvez me diga alguma coisa. Um padre chegará para a visita aos enfermos, falará baixinho palavras em latim, mas não deve ser comigo. Sirene na rua, telefone, passos, há sempre uma expectativa que me impede de cair no sono. É a mão que me sustém pelos raros cabelos. Até eu topar na porta de um pensamento oco, que me tragará para as profundezas, onde costumo sonhar em preto-e-branco."

  Frases e pensamentos de Chico Buarque:
“Que saudade é o pior tormento, é pior do que o esquecimento, é pior do que se entrevar...”

“...Venha, meu amigo. Deixe esse regaço. Brinque com meu fogo. Venha se queimar. Faça como eu digo. Faça como eu faço. Aja duas vezes antes de pensar... Eu semeio o vento. Na minha cidade. Vou pra rua e bebo a tempestade...”

“... e se vai continuar enrustido com essa cara de marido, a moça é capaz de se aborrecer... Por trás de um homem triste há sempre uma mulher feliz...”

“O que será ser só
Quando outro dia amanhecer?
Será recomeçar?
Será ser livre sem querer?”

“Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia”

“Quando nasci veio um anjo safado
O chato dum querubim
E decretou que eu tava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim.”

“A felicidade
Morava tão vizinha
Que, de tolo
Até pensei que fosse minha.”
Chico Buarque
É isso aí. Salve Chico Buarque.
Abraços da amiga Janete