Daniel Galera

Olá, meus queridos amigos.
O "Cantinho da Literatura" traz para vocês mais um escritor que considero por ser tão jovem, um "gênio" na Literatura Brasileira contemporânea: tão jovem e com tantas obras premiadas.
É realmente um privilégio e um grande orgulho ocupar esse espaço falando um pouco sobre esse ilustre jovem escritor brasileiro.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Daniel Galera (São Paulo, 13 de julho de 1979) é um escritor e tradutor literário brasileiro. Foi um dos precursores do uso da internet para a literatura, editando e publicando textos em portais e fanzines eletrônicos entre 1997 e 2001. Foi um dos convidados da segunda edição da Festa Literária Internacional de Parati (FLIP), em 2004. Já traduziu 13 livros, predominantemente das novas gerações de autores ingleses e norte-americanos. Publicou até então quatro livros, além de ter participado em algumas antologias de contos. O livro Cordilheira, parte integrante do projeto Amores Expressos, ganhou o Prêmio Machado de Assis de Romance, concedido pela Fundação Biblioteca Nacional em 2008, além do 3º lugar do Prêmio Jabuti. Seu último livro, Barba ensopada de sangue, recebeu o 3º lugar no Prêmio Jabuti e foi o vencedor da categoria de Melhor Livro do Ano no Prêmio São Paulo de Literatura 2013.
Daniel Galera passou boa parte da vida em Porto Alegre, onde voltou a viver recentemente, depois de ter morado por alguns anos em São Paulo - sua cidade natal - e Garopaba, em Santa Catarina. Formou-se em publicidade na UFRGS. Foi colunista fixo do fanzine eletrônico Cardos Online, que também revelou Clarah Averbuck e Daniel Pellizzari. Após o encerramento do ezine em meados 2001, Galera fundou a editora Livros do Mal voltada à nova literatura, junto com dois outros colegas também egressos da extinta publicação, Daniel Pellizzari e Guilherme Pilla. Falando da sua motivação para fundar a editora, Galera diz: "Nossa vontade era ser lido. Não era vontade de conquistar fama ou de receber convite de uma grande editora." Em 2005, exerceu o cargo de coordenador do Livro e da Literatura na Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de Porto Alegre.


Vale a pena pesquisar os trabalhos e Lista de obras, como romances, contos e histórias em quadrinhos e os prêmios de Daniel Galera.
Galera foi selecionado em 2012 como um dos 20 melhores jovens escritores da revista britânica Granta, "que indica os nomes que irão construir o mapa da literatura brasileira". No Brasil a revista é publicada pelo selo Alfaguara, que pertence à editora Objetiva.
Dentre as suas obras, vocês vão saber um pouco sobre "Mãos de Cavalo", seguido do primeiro parágrafo do livro.

ESSENCIAL - ENREDO
A obra Mãos de Cavalo retrata, em uma narrativa entrecortada, a vida do personagem Hermano em três fases: um garoto de dez anos, um adolescente de quinze anos e um cirurgião plástico de 30 anos, fundindo assim, passado e presente. Inicialmente, os relatos da vida do protagonista parecem simples e banais sem nenhum entrelaçamento, mas com uma leitura atenta, percebesse que têm total relação entre si. Os episódios são retratados por fragmentos da infância e adolescência de um garoto sempre em busca de novas aventuras em sua bicicleta pelas ruas de Porto Alegre, indiferente aos ferimentos causados por suas manobras, mas inseguro quando o desafio é encarar um confronto corpo a corpo com outros garotos. 
Hermano, já adulto, se torna um bem sucedido médico que ao retornar ao bairro onde viveu, busca algo em suas origens. As experiências pelas quais passou o protagonista terminam por influenciar fortemente sua vida adulta, mostrando muitas vezes, qual é a melhor forma de seguir e qual caminho trilhar para compreender sua verdadeira essência.
As somas de todos esses elementos proporcionam ao livro um desfecho muito interessante, já que no final do romance, o leitor perceberá que sabe mais do que imagina, não apenas sobre o presente e passado do personagem, mas também, sobre seu futuro, garantindo assim, um encerramento nada convencional.
Mãos de Cavalo - Daniel Galera 
(Primeiro parágrafo)
 
Não há terreno impossível para o Ciclista Urbano. Suas pernas possantes forçam alternadamente os pedais, direita, esquerda, direita, esquerda, medindo a inclinação da subida a partir da força exigida dos músculos da coxa e da panturrilha em cada volta completa da coroa dianteira. As solas dos pés e as palmas das mãos processam cada vibração transferida dos pneus para o guidom e para o quadro da bicicleta, fazendo micro ajustes de direção e equilíbrio numa velocidade mais rápida que a do pensamento. O trecho de subida que é preciso enfrentar ao sair de casa é curto e serve para azeitar as articulações e aquecer os músculos. Logo chega na rua do Canteiro. São duas faixas de calçamento de pedra, em declive, separadas por um canteiro central gramado. Cinco quarteirões até chegar na Faixa. Conhecer cada metro daquele trajeto de cor não torna o desafio menos perigoso para o Ciclista Urbano. De uma semana para outra, muita coisa pode mudar. Um morador da rua do Canteiro pode decidir construir uma nova rampa para estacionar com mais conforto seu carro dentro da garagem de casa, e para isso é possível que ele seja obrigado a depositar montanhas de areia, brita e cimento no meio da calçada, um exemplo de obstáculo mutante que o verdadeiro Ciclista Urbano precisa estar preparado para enfrentar.
Nossa, que maravilha esse primeiro parágrafo! Deu para sentir que é um lindo romance, com uma leitura muito envolvente. (já senti vontade de adquirir esse livro).
Adaptação de "Mãos de Cavalo", de Daniel Galera, será filmada em 2014
Roberto Gervitz vai dirigir filme que terá Mariana Ximenes e Maria Flor no elenco e que deve se passar em sua maior parte na zona sul de Porto Alegre.
(daniel.felix@zerohora.com.br)
Entre a culpa e a coragem que dividem o protagonista da história original de Daniel Galera, o cineasta Roberto Gervitz que fazer de Mãos de Cavalo um filme sobre a liberdade. A adaptação do romance lançado originalmente em 2006 será rodada em Porto Alegre e em Farroupilha, na serra gaúcha, entre abril e maio de 2014.
Nos últimos dias, Gervitz e o diretor de arte Adrian Cooper estiveram na Capital para pesquisar locações. Ficaram empolgados com a paisagem - e a luz - da zona sul da cidade, que deve concentrar a maior parte da ação.
- Tem um espírito bucólico, com suas casas baixas e pracinhas cheias de árvores, às vezes cercadas de mato - diz o diretor, conhecido por longas como Feliz Ano Velho (1987) e Jogo Subterrâneo (2005).


Frases e pensamentos:
"Demora muitos anos pra gente descobrir o que é estar sozinho de verdade."
"Todos os sonhos dela estavam marcados pra dali a três, cinco, dez anos. Nenhum deles valia pra agora, pro dia em questão.
Me dava agonia ver alguém se preparando constantemente pra começar a viver."
"Apesar do jeito que tu me trata me magoar às vezes, tu é a única pessoa com quem eu não me sinto sozinha."
"No momento eu tinha alguém pra proteger, e isso era novo."
"Pro meu pai, eu fingia que ainda estava no jogo, mas já tinha desistido."
Que pena... chegou ao fim a edição do Cantinho da Literatura dessa quinta-feira, mas vale a pena saber mais sobre esse admirável jovem escritor. Pesquisem mais e fiquem atentos ao filme.
Abraços da amiga Janete.


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