Jorge Elias Neto


Olá meus queridos amigos.
Dando sequência às homenagens, o nosso "Cantinho da Literatura" fala hoje, de Jorge Elias Neto,  que vamos conhecer e saber um pouco sobre esse poeta capixaba.
 Jorge Elias Neto é médico, pesquisador e poeta. Capixaba, reside em Vitória/ES. São de sua autoria os livros:
Verdes Versos (Flor&cultura Ed. 2007), Rascunhos do absurdo (Flor&cultura Ed. 2010), Glacial e Breve dicionário poético do boxe (inéditos).
Integrou as publicações Antologia poética Virtualismo (2005), Antologia literária cidade (L&A Editora - 2010), Antologia Cidade de Vitória (Academia Espírito-Santense de Letras - 2010 e 2011) e Antologia Encontro Pontual (Editora Scortecci - 2010). Publica regularmente nas revistas eletrônicas: Portal Cronópios de Literatura, Diversos a fins, Poesia diversa, Mallarmargens e Estação Capixaba. Blog: jeiiasneto.blogspot.com.
 Elias Neto, Jorge. Breviário dos olhos. Vitória, ES: Edição do Autor, 2017.
 
"Sempre fui um admirador dos poemas curtos, dos aforismos e epigramas. Sei que o nada, a convivência com o absurdo, o simples prazer e o deslumbramento são tudo o que se persegue no poema. Mas muito me atrai "brincar" com as ideias. Daí minha admiração por Nietzsche, José Paulo Paes, Fernando Pessoa, Antônio Porchia, Leminski e outros amis."
Jorge Elias Neto
 
Rente ao chão,
toda mentira resvala na inutilidade.
 
As cores amanhecerão diferentes
na tarde de tua lucidez.
 
Perdi meus tempos de insônia
fiando futuros improváveis.
 
Pode existir alguém mais fiel
que um inimigo?
 
O que fazer com instantes
que insistem em chegar
dissipando ilusões?
 
A esperança
é uma simples questão
de instinto de sobrevivência.
 
Neto, Jorge Elias. Cabotagem. Poesia. Itabuna, BA: Mondrongo, 2015.
Surpreendente a poesia de "Contagem". Lírica, telúrica, assumindo um território coletivo pelos olhos de uma vivência plural, compartilhada. Antônio Miranda.
 
BRITZ BAR
 
Coca litro
e porção de fritas
 
Fim de tarde
na saída do Carmo
 
No ar o burburinho
 
Assim começou
a embriaguez com o inefável.
Vitória, 25.10.2014
Nota: Bar tradicional da boemia de Vitória nos anos 70.
 
O FIM DE TODAS AS ONDAS
 
O mar atravessou as cortinas
e arrancou-me do silêncio.
 
O Mar se despe
aos pés da criança
 
e despeja o horizonte
em seus olhos.
 
(cada ilhéu traz uma concha
guardada a sussurrar saudades.)
 
O mar é berço do infortúnio
agasalho
contra todas as perda.
Vitória, 28.11.2014
 
Pesquisando sobre esse admirável poeta, tive uma surpresa quando li o poema sobre o Britz Bar; foi instantânea a minha reação, sendo transportada para uma lembrança muito agradável, quando por algumas vezes frequentei esse bar, exatamente nos anos 70, mais precisamente entre 77 e 78, quando eu já namorava com o meu esposo (como o tempo passa...) mas agradeço a esse nobre poeta, que assim como me aflorou uma das minhas doces lembranças, tenho certeza, que irá despertar muitos outros sentimentos em quem, certamente pesquisará mais sobre Jorge Elias Neto.
Essa é a ideia e o objetivo do nosso "Cantinho da Literatura", que sempre venho falando para vocês, ao longo desses anos que tenho procurado levar aos leitores: sonhos, lembranças e retorno aos nossos melhores momentos... sempre conhecendo esses gênios da literatura brasileira.
Abraços da amiga Janete
 
 
 
 

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