Hamilton Faria - Conclusão


Olá, meus queridos amigos.
Esses escritores são tão maravilhosos, que não dá vontade de parar de falar sobre eles, e hoje teremos um pouquinho mais sobre esse incrível homem e poeta, com breves trechos e alguns poemas, encerrando assim essa singela homenagem a quem realmente merece participar do "Cantinho da Literatura". Mas não precisa ficar somente nessa "amostra grátis". Pesquisem mais; vocês vão conhecer melhor Hamilton Faria.
Abraços da amiga Janete


JÚBILO
Sim – a vida
Sempre me foi vasta
E límpida
Uma deusa nua
Uma fêmea casta
Lírios
Foram todos
Amados
Qual um filho
Do destino
- e crivo
De amares
O sangue
Da maravilha:

Estou vivo!



O ESPELHO E O TEMPO

Ontem olhei ao espelho de relance
E nada gostei do que vivi
Talvez o tempo eu não mais alcance
Pois também não gostei do que morri
Tempo é pedra – se desfaz de lento
Sob a dura intempérie inelutável
Até uma árvore sem folhas e sem tronco
(forma que faz presença no invisível)
Como um mago que faz sumir os traços
Um lenço um pombo uma coisa sem nome
Que depois se eleva a um pássaro

A um vasto ser que nunca some


ODEÁGUAS

ao Rio Negro   Águas de onde O céu se esconde Por trás dos montes   Nas tuas telas Desenho nelas Um mar de águas   Que se evapora No lá de longe Onde não há Hoje ou ontem   Águas que montes Cavalgam horizontes ? E onde o sol Se põe contente Dizendo adeus Ao dia errante   Águas pra onde Me levas sempre Nem sei se nasces Ou morres onde   Sei só que trazes O que não há O que não finda O que não diz – Dirá ainda?   Águas me levas Algum lugar E o que me trazes Não sei o que Será quando   Águas de úberes Vaca sagrada Bebe-se nelas O doce leite Do riomar Que galga o céu Como prece o altar   Ó rio que fonte Te pariu onde? Rio voraz Que não és mar Se tudo tomas e Te apraz ?   Que não és mar Tu que não tens Sonhos de fonte Ou inocente córrego Sem horizonte ?   Que nasceste E a morte não virá Te visitar   Soma das águas ! Que sonham A Mar   
(Hamilton Faria, Ubuntu – o poeta andarilho, inédito)





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