AMOR!

Olá, meus queridos amigos.
Hoje, especialmente, o nosso Cantinho da Literatura faz uma homenagem ao dia dos namorados, com três lindos poemas de amor de três grandes escritores brasileiros e um belo texto de um autor desconhecido; isso, como incentivo a esse nobre sentimento, que anda meio esquecido por aí, mas esse é o momento certo para entendermos, por meio dessas poesias, que a humanidade necessita de mais amor, de se amar uns aos outros, na mais sublime essência que esse sentimento tem com a sua  capacidade de transformar o feio no belo, a violência na paz e o desânimo na esperança de que vale a pena amar, de que o mundo ainda tem uma grande chance de sorrir com a magia do amor...
Feliz dia dos namorados, feliz dia do amor...
Abraços da amiga Janete
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís de Camões

Por favor, não me analise
Não fique procurando
cada ponto fraco meu
Se ninguém resiste a uma análise
profunda, quanto mais eu!
Ciumenta, exigente, insegura, carente
toda cheia de marcas que a vida deixou:
Veja em cada exigência
um grito de carência,
um pedido de amor!

Amor, amor é síntese,
uma integração de dados:
não há que tirar nem pôr.
Não me corte em fatias,
(ninguém abraça um pedaço),
me envolva todo em seus braços
E eu serei perfeita, amor!

Do livro Bom dia amor!, 1990



O Amor

O AMOR, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
P'ra saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...
Fernando Pessoa


NADA COMO O TEMPO


Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela.

Percebe também que aquele alguém que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente não é o "alguém" da sua vida.

Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você.

O segredo é não correr atrás das borboletas... é cuidar do jardim para que elas venham até você.

No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!


Seja feliz! Ame-se!
Amando-se, você estará apta a amar o seu próximo.
Amando o seu próximo, você estará qualificada à voluntariedade, à solidariedade, amizade, enfim, pronta para enfrentar essa vida sem grandes sofrimentos.
Não se preocupe: você será muito mais amada e admirada por todos.
Janete/1997 


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