Hilda Hilst

Olá meus queridos amigos. Hoje, no Cantinho da Literatura, teremos um pouco dessa grande escritora poeta, ficcionista, cronista e dramaturga brasileira. É considerada pela crítica especializada como uma das maiores escritoras em língua portuguesa do século XX.

Hilda de Almeida Prado Hilst foi a única filha do fazendeiro de café, jornalista, poeta e ensaísta Apolônio de Almeida Prado Hilst, filho de Eduardo Hilst, imigrante originário da Alsácia-Lorena, de de Maria do Carmo Ferraz de Almeida Prado.
Hilda Hilst escreveu por quase cinquenta anos, tendo sido agraciada com os mais importantes prêmios literários do Brasil. Em 1962, recebeu o Prêmio PEN Clube de São Paulo, por sete Cantos do Poeta para o Anjo (Massao Ohno Editor, 1962). Mudou-se para a Casa do Sol, construída na fazenda, onde passou a viver com o escultor Dante Casarini, em 1966. Em setembro do mesmo ano, morreu seu pai. Dois anos depois, Hilda casou-se com o escultor Dante Casarini. Em 1969, a peça O Verdugo arrebatou o Prêmio Anchieta, um dos mais importantes do país na época. No mesmo ano, a cantata Pequenos Funerais Cantantes, composta por seu primo, o compositor Almeida Prado, sobre o poema homônimo de Hilda, dedicado ao poeta português Carlos Maria Araújo, conquistou o primeiro prêmio do I Festival de Música da Guanabara.
A escritora ainda participou, a partir de 1982, do Programa do Artista Residente, da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP.
Assuntos tidos como socialmente controversos foram temas abordados pela autora em suas obras. No entanto, conforme a própria escritora confessou em sua entrevista ao "Cadernos de Literatura Brasileira", seu trabalho sempre buscou, essencialmente, retratar a difícil relação entre Deus e o homem.
Parte de seu arquivo pessoal foi comprado pelo Centro de Documentação Alexandre Eulálio, Instituto de Estudos de linguagem - IEL, UNICAMP, em 1995, estando aberto a pesquisadores do mundo inteiro e o restante, notadamente sua biblioteca particular, encontra-se na Casa do Sol, sede do Instituto Hilda Hilst - IHH.
Muitos de seus livros se esgotaram devido a uma escassa distribuição. Porém, em 2001, a Editora Globo adquiriu os direitos de sua obra e, em dezembro daquele mesmo ano, passou a reeditar a Obra Completa da escritora.
Após seu falecimento, o amigo Mora Fuentes liderou a criação do Instituto Hilda Hilst.
O IHH tem como primeira missão a manutenção da Casa do Sol, seu acervo e o espírito de ser um porto seguro para a criação intelectual.



"Lobos? São muitos.
Mas tu podes ainda
A palavra na língua
Aquietá-los.
Mortos? O mundo.
Mas podes acordá-lo
Sortilégio de vida
Na palavra escrita.
Lúcidos? São poucos.
Mas se farão milhares
Se à lucidez dos poucos
Te juntares.
Raros? Teus preclaros amigos.
E tu mesmo, raro.
Se nas coisas que digo
Acreditares."
Hilda Hilst
(Do amor)
"Ama-me. Ainda é tempo. Interroga-me.
E eu te direi que nosso tempo é agora.
Esplêndida de avidez, vasta ternura
Porque é mais vasto o sonho que elabora
Há tanto tempo sua própria tessitura.
Ama-me. Embora eu te pareça
Demasiado intensa. E de aspereza.
É transitória se tu me repensas."
Hilda Hilst

"Que canto há de cantar o indefinível?
O toque sem tocar, o olhar sem ver
A alma, amor, entrelaçada dos indescritíveis.
Como te amar, sem nunca merecer?
Amar o perecível,
o nada,
o pó,
é sempre despedir-se."
Hilda Hilst
"Como se te perdesse nos trens, nas estações
Ou contornando um círculo de águas
Removente ave, assim te somo a mim:
De redes e de anseios inundada."
Hilda Hilst

"Há sonhos que devem permanecer nas gavetas,
nos cofres, trancados até o nosso fim.
E por isso passíveis de serem sonhados a vida inteira."
Hilda Hilst
"Como me sinto? Como se colocassem dois olhos sobre uma mesa e dissessem a mim, a mim que sou cego: isso é aquilo que vê, essa é a matéria que vê. Toco os dois olhos sobre a mesa, lisos, tépidos ainda, arrancaram há pouco, gelatinosos, mas não vejo o ver. É assim o que sinto tentando materializar na narrativa a convulsão do meu espírito, e desbocado e cruel, manchado de tintas, essas pardas escuras do não saber dizer, tento amputado conhecer o passo, cego conhecer a luz, ausente de braços tento te abraçar."
Hilda Hilst

"Vontade de não dar sentido algum às coisas, as palavras e à própria vida. Assim como é a vida na realidade ausente do sentido."
Hilda Hilst
"Conta-se que havia na China uma mulher
belíssima que enlouquecia de amor todos
os homens. Mas certa vez caiu nas
profundezas de um lago e assustou os peixes."
Hilda Hilst
"Você nunca conhece realmente as pessoas. O ser humano é mesmo o mais imprevisível
dos animais."
Hilda Hilst (Jaú, 21 de abril de 1930 - Campinas, 4 de fevereiro de 2004)
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Querem saber mais? Pesquise, pois vale a pena conhecer melhor essa escritora magnífica e polêmica.
Pesquisem a sua biografia e obras completas.
Abraços da amiga Janete



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