Gonçalves Dias

Bom dia, meus queridos amigos.
Já comentei com vocês sobre a minha ansiedade em chegar quinta-feira, o dia do nosso “Cantinho da Literatura” e fico sempre em dúvida do que oferecer a vocês;  às vezes, procuro ser mais coerente com algumas datas próximas, aproveitando textos para essas ocasiões, mas é sempre muito difícil, pois como vocês sabem, são muitos escritores, poetas, pensadores; são muitas as categorias e às vezes penso em fazer uma seleção de textos, de muitos de uma só vez, mas como é necessário segurar a ansiedade, tento substituí-la pela paciência.

Desde a minha adolescência, quando conheci esse poema, jamais esqueci, principalmente os dois versos, que consegui gravar e guardar. Essa semana; não sei se por alguma motivação, pelo patriotismo, talvez, diante de tanta manifestação; só sei que não saiu do meu pensamento; então pensei: vou falar sobre Gonçalves Dias. É sempre difícil falar desses queridos e eternos escritores, com uma biografia muito rica e extensa e com inúmeras obras, mas não posso deixar de resumir um pouco sobre a sua vida. Confesso que até agora, essa é a biografia que mais me comoveu e sugiro que leiam a história desse homem especial e romântico, encerrando assim o mês de junho nesse espaço que também é muito especial no nosso blog da amizade.
Abraços da amiga Janete
Biografia de Gonçalves Dias:
Poeta romântico brasileiro.
Gonçalves Dias (1823-1864) foi poeta e teatrólogo brasileiro. É lembrado como o grande poeta indianista da geração romântica. Deu romantismo ao tema índio e uma feição nacional à sua literatura. É lembrado como um doa melhores poetas líricos da literatura brasileira. É Patrono da cadeira nº 15 da Academia Brasileira de Letras.
Gonçalves Dias nasceu nos arredores de Caxias, no Maranhão, no dia 10 de agosto de 1823. Filho de um comerciante português e uma mestiça. Iniciou seus estudos no Maranhão e ainda jovem viaja para Portugal. Em 1838 ingressa no Colégio das Artes em Coimbra, onde conclui o curso secundário. Em 1840 ingressa na Universidade de Direito de Coimbra, onde tem contato com escritores do romantismo português, entre eles, Almeida Garret, Alexandre Herculano e Feliciano de Castilho. Ainda em Coimbra, em 1843, escreve seu famoso poema "Canção do Exílio", onde expressa o sentimento da solidão e do exílio.
Gonçalves Dias volta ao Maranhão em 1845, depois de formado em Direito. Ocupa vários cargos no governo imperial e realiza diversas viagens à Europa. Vai para o Rio de Janeiro em 1846 e em 1847 publica o livro "Primeiros Cantos", que recebe elogios de Alexandre Herculano, poeta romântico português. Ao apresentar o livro, Gonçalves Dias confessa: "Dei o nome Primeiros Cantos às poesias que agora publico, porque espero que não sejam as últimas". Em 1848 publica o livro "Segundos Cantos".
Em 1849, é nomeado professor de Latim e História do Brasil no Colégio Pedro II. Durante esse período escreve para várias publicações, entre elas, o Jornal do Comércio, a Gazeta Mercantil e para o Correio da Tarde. Fundou a Revista Literária Guanabara.
Gonçalves Dias publica em 1851 o livro "Últimos Cantos". Regressa ao Maranhão, e conhece Ana Amélia Ferreira do Vale, por quem se apaixona. Por ele ser mestiço, a família dela proíbe o casamento. Mais tarde casa-se com Olímpia da Costa.
Gonçalves Dias exerceu o cargo de oficial da Secretaria de Negócios Estrangeiros, foi várias vezes à Europa e em 1854, em Portugal, encontra-se com Ana Amélia, já casada. Esse encontro inspira o poeta a escrever o poema "Ainda Uma Vez - Adeus!".
Em 1862, Antônio Gonçalves Dias vai à Europa para tratamento de saúde.
Sem resultados embarca de volta no dia 10 de setembro de 1864. No dia 3 de novembro o navio francês Ville de Boulogne em que estava, naufraga perto do Farol de Itacolomi, na costa do Maranhão, onde o poeta falece.
Em homenagem a esse grande poeta, um dos mais conhecidos poemas:
Canção do Exílio
Gonçalves Dias entrelaça a poesia sobre a natureza e a poesia saudosista. O poeta maranhense, em seu verso, lembra da infância, dos amores idos e vindos. Na Europa sente-se exilado e é levado até a sua terra natal. "Canção do Exílio" é um clássico de nossa literatura:

"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite - 
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."
Gonçalves Dias.





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